A equiparação salarial dos professores com as demais carreiras do Estado

Ricardo Bezerra, ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação (SEED) nos dois últimos governos de Roberto Requião (PMDB), em artigo especial para o Blgo do Esmael, explica como foi o processo de equiparação salarial entre os professores estaduais e os demais servidores de nível superior do Estado. A diferença no início do governo Requião (2003) era de quase 100%, caindo para 25% em 2010. A equiparação completa só se concretizou durante o governo de Beto Richa (PSDB) por conta de muita luta dos professores. Bezerra puxa na memória o debate da APP-Sindicato, em 2010, quando Beto Richa prometeu que, se eleito, no primeiro dia do seu governo iria zerar a diferença entre o salário de ingresso dos professores em relação ao dos demais servidores. Não cumpriu no prazo a promessa feita para os professores e depois de ampla mobilização e de greves, foi obrigado, insisto, foi obrigado pelos professores mobilizados a cumprir o que havia prometido, mas, a exemplo de Lerner, parceladamente!, escreve. Leia o texto e compartilhe.
Ricardo Bezerra, ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação (SEED) nos dois últimos governos de Roberto Requião (PMDB), em artigo especial para o Blgo do Esmael, explica como foi o processo de equiparação salarial entre os professores estaduais e os demais servidores de nível superior do Estado. A diferença no início do governo Requião (2003) era de quase 100%, caindo para 25% em 2010. A equiparação completa só se concretizou durante o governo de Beto Richa (PSDB) por conta de muita luta dos professores. Bezerra puxa na memória o debate da APP-Sindicato, em 2010, quando Beto Richa prometeu que, se eleito, no primeiro dia do seu governo iria zerar a diferença entre o salário de ingresso dos professores em relação ao dos demais servidores. Não cumpriu no prazo a promessa feita para os professores e depois de ampla mobilização e de greves, foi obrigado, insisto, foi obrigado pelos professores mobilizados a cumprir o que havia prometido, mas, a exemplo de Lerner, parceladamente!, escreve. Leia o texto e compartilhe.
Ricardo Fernandes Bezerra*, especial para o Blog do Esmael

VERDADES SOBRE O SALàRIO DOS PROFESSORES

A valorização dos professores nunca foi tão respeitada quanto na gestão Requião. Podemos relacionar como os fatores mais determinantes da valorização, além do respeito, o salário, a carreira e a formação continuada.

Vamos abordar neste artigo a questão do salário dos professores. Temos alguns personagens importantes, cada um a seu tempo, que no exercício do poder no Paraná, tiveram influência neste tema tão importante para a qualidade da educação. Estamos falando do Lerner, do Richa e do Requião.

Lerner assume o governo do estado em 1995 e sob o seu governo, os professores amargaram, praticamente durante os oito anos da sua gestão, um grande arrocho salarial, sob a alegação de indisponibilidade de recursos, que não faltaram para diversos outros investimentos de necessidade e importância duvidosa.

à‰ bom não esquecer, que no segundo mandato de Lerner, o descaso com os professores chegou a ponto da gratificação de férias ser paga em parcelas mensais, isso mesmo, em parcelas como se fosse um crediário de uma loja popular e não um direito inquestionável, não só do servidor público, mas de todos os trabalhadores, previsto na legislação.

Economia

O Beto Richa fala insistentemente em seu programa eleitoral que foi o responsável pela equiparação salarial dos professores aos demais servidores do estado, o que é uma meia verdade, ou se preferir, para ser mais preciso, um quarto de verdade. Já vamos esclarecer.

Vejamos: Requião assumiu o governo do Paraná pela segunda vez em janeiro de 2003, com um difícil cenário orçamentário e financeiro, um longo e grave achatamento salarial que envolvia todos os servidores do estado, com maior impacto para os professores, pois eles tinham como agravante, o salário extremamente defasado em relação aos demais servidores públicos.

à‰ importante rememorar um pouco da história para se dar valor ao que se alcançou, e certamente os professores da educação básica do estado do Paraná lembram e podem confirmar.!  No final do governo Lerner, em 2002, o salário inicial dos professores precisava de um reajuste de 98,06% (é isso mesmo!) para se equiparar ao salário dos demais profissionais do estado que tinham como requisito de ingresso licenciatura/graduação de nível superior, como era o caso dos professores.

O salário inicial dos professores, na época, era de R$ 770,08, enquanto os demais profissionais ingressavam no estado com um salário de R$ 1.525,25.!  Vamos enfatizar, para não deixar cair em esquecimento: à  época, era necessário quase dobrar o salário inicial dos professores para equiparar ao salário dos demais profissionais do estado. Lembrem que o salário dos demais profissionais também estava arrochado

Apenas na primeira gestão do Requião, a diferença entre o salário de ingresso dos professores e dos técnicos do estado se reduziu quase à  metade.!  Em 2006, a diferença estava em 56,94%, uma aproximação em 4 anos de 41,12%.!  Requião manteve a firme política de recuperação salarial dos professores, sem descuidar da recuperação do salário dos demais servidores públicos, concedendo ao mesmo tempo contínuos aumentos salariais para todos os servidores de todas as carreiras do funcionalismo.

Agindo com responsabilidade e respeito aos professores, ao final da gestão Requião, a diferença salarial havia se reduzido para apenas 25,97%, menos da metade da diferença que havia no inicio do segundo período de governo. Em oito anos, Requião reduziu em 72% a diferença do salário inicial dos professores em relação ao dos demais servidores públicos.

No debate da APP em 2010, Beto Richa prometeu que, se eleito, no primeiro dia do seu governo iria zerar a diferença entre o salário de ingresso dos professores em relação ao dos demais servidores. Não cumpriu no prazo a promessa feita para os professores e depois de ampla mobilização e de greves, foi obrigado, insisto, foi obrigado pelos professores mobilizados a cumprir o que havia prometido, mas, a exemplo de Lerner, parceladamente.

Hoje os professores da educação básica do estado do Paraná têm o mesmo salário de ingresso que o dos profissionais das outras carreiras que tem exigências similares.!  Não podemos esquecer, e os professores podem atestar, três quartos da diferença do salário inicial dos professores foi reduzida no governo Requião e um quarto no governo do Beto Richa (neste, tirado a fórceps pelos professores).

Depois de um pouco de luz sobre tão importante tema, ficamos assim: Requião na segunda gestão reduziu a diferença em 41,12%, na terceira gestão em 30% e o Beto em sua gestão, 25,97%.

Gráfico: Diferença percentual entre o salário de ingresso! dos professores e outros servidores públicos! com mesmo requisito de formação:

grafico

Diferença Percentual por Ano

Ano 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
% 98,06 87,94 56,94 38,57 25,97 14,0 0

Ricardo Fernandes Bezerra.! Especialista em Administração Financeira, professor,! ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação (SEED) entre 2003 e2010.

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