Supersincero!, Marcelo Almeida diz não ver saída para o pedágio no PR

O candidato ao Senado pelo PMDB, Marcelo Almeida, em entrevista ao Bem Paraná, nesta quarta (6), o supersincero!, confessou que não vê saída para o pedágio no Paraná; ele também criticou a politização da questão pelo PT e PSDB; peemedebista tem patrimônio declarado de R$ 800 milhões e é herdeiro da CR Almeida, empresa que é dona de sete praças de pedágio no Brasil, inclusive o que liga Curitiba ao Litoral !“ o mais caro do mundo.
O candidato ao Senado pelo PMDB, Marcelo Almeida, em entrevista ao Bem Paraná, nesta quarta (6), o supersincero!, confessou que não vê saída para o pedágio no Paraná; ele também criticou a politização da questão pelo PT e PSDB; peemedebista tem patrimônio declarado de R$ 800 milhões e é herdeiro da CR Almeida, empresa que é dona de sete praças de pedágio no Brasil, inclusive o que liga Curitiba ao Litoral !“ o mais caro do mundo.
O empresário Marcelo Almeida, candidato ao Senado pelo PMDB, o supersincero!, nesta quarta-feira (6), em entrevista ao repórter Ivan Santos, do Bem Paraná, confessou não ver saída para o problema das altas tarifas do pedágio.

Além de ser o candidato mais rico com patrimônio declarado de R$ 800 milhões, o peemedebista é herdeiro da CR Almeida e “dono do pedágio mais caro do mundo”, que liga Curitiba ao Litoral.

“Eu não vejo saída. Eu não vejo uma movimentação. Virou um assunto político. Porque tem pedágio? à‰ muito fácil o pessoal do PT, do PSDB me criticar”, esquivou-se.

Leia a íntegra da entrevista com Marcelo Almeida:

Marcelo Almeida tem na ponta da língua a resposta para os críticos que o vêem apenas como o candidato mais rico do Brasil! e dono do pedágio!. Primeiro, diz que justamente por ser herdeiro da CR Almeida !“ uma das maiores empreiteiras do País !“ e um patrimônio pessoal declarado de quase R$ 800 milhões, é um dos poucos que pode dizer que está nesta eleição não por dinheiro, mas por um ideal. Segundo: As pessoas que me criticam pelo pedágio são as primeiras a bater na CR Almeida para pegar dinheiro!.

Com uma franqueza incomum para os políticos tradicionais, ele confessa não ver saída para o problema das altas tarifas. E aponta que o problema do pedágio é fruto da falta de recursos públicos para investimentos nas estradas provocada pela corrupção, que na sua avaliação, envolve governos de todos os partidos nas últimas décadas.

Economia

Candidato ao Senado pelo PMDB ao lado do senador e candidato ao governo, Roberto Requião, Almeida também garante não ver contradições nessa parceria, apesar de seu companheiro de chapa ter sido eleito governador em 2006 sob o slogan do abaixa ou acaba! contra o pedágio. E diz ainda que o Paraná precisa ter um senador voltado mais para as questões do Estado do que para as questões nacionais, como afirma, tem sido o papel desempenhado pelo próprio Requião, além dos outros dois atuais senadores, àlvaro Dias (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Na quarta entrevista da série do Bem Paraná com os candidatos ao Senado, Marcelo Almeida explica essas e outras contradições que rondam sua campanha, alvo inclusive dos adversários internos no PMDB.

Bem Paraná !“ O senhor foi candidato a deputado federal em 2006 e 2010, mas ficou na suplência em ambas. Porque acha que concorrendo para o Senado será diferente?
Marcelo Almeida !“
Primeiro, são eleições distintas. Uma é proporcional e a outra majoritária. A proporcional, por incrível que pareça, é uma eleição que para mim as duas foram difíceis porque é muito cara. Eu fiz uma campanha 100% por dentro, sem caixa dois, sem comprar gente. E acaba sendo uma eleição difícil porque eu não amarro o voto a uma emenda. A garantia do cabo eleitoral. Falta aqueles 20 mil, 10 mil votos que aparentemente eu não tenho estofo para fazer. Que é o mundo cinza. Foi uma experiência única para essa eleição.

BP !“ Teoricamente para o Senado é preciso muito mais votos.
Almeida !“
à‰ diferente. Eu vou gastar duas vezes o que eu gastei para deputado federal. Significa que eu vou fazer muito mais votos do que para deputado. Eu não vou fazer 83.500 votos. No fundo. Claro. à‰ uma cadeira. São oito candidatos. O voto é mais barato porque você vai atingir muito mais gente. Vou ter muito mais votos. à‰ uma campanha de R$ 7 milhões. Então depois eu vou ver quanto custou cada voto. Quando mais majoritária, governador, presidente, o voto é centavos de real. à‰ uma campanha muito mais barata. A campanha minha é uma campanha de onda. Eu acho que posso pegar o rabo do cometa. São as manifestações que tiveram no Brasil em junho de 2013.

BP !“ Porque o senhor não quis concorrer novamente à  Câmara Federal?
Almeida !“
Primeiro alguém tinha que se dispor a sair da mesmice. Eu tive uma disposição de mostrar para o PMDB que a gente vai ter que trocar um pouco os comandantes do partido. Começou a me fazer mal, indigestão, quando vi que o PMDB ia para o vinagre se ele estivesse aliado ao PSDB. Era o fim do PMDB no Paraná se nós tivéssemos perdido a convenção. Eu entrei no jogo da convenção (candidato a) deputado federal. No caminhar, no fundo eu fui criando musculatura. Eu nunca tinha entrado nas vísceras de um partido. Nunca trabalhei PMDB municipal, estadual. Nunca me deram espaço. Nunca nomeei delegado. Mas aí eu vi que eu tinha uma coisa única que os outros não têm.

BP !“ Mas os adversários do senador Roberto Requião no PMDB o acusam de justamente não dar espaço para novas lideranças.
Almeida !“
Eu não nessa regra, graças a Deus. Tenho que falar do meu. Que bom que serviu para os outros. Para mim não.

Dissidências

PMDB sai rachado e brigado da convenção!

Bem Paraná !“ à‰ público que o PMDB saiu rachado da convenção. Uma parcela significativa de deputados e lideranças do partido defendiam o apoio ao governador Beto Richa (PSDB) e dão sinais de que não devem entrar na campanha do Requião. Como vê essa situação?
Marcelo Almeida !“
Eu acho que sai rachado e brigado. E agora a gente sai do rachado e brigado com o PMDB nulo. Acho que o Requião vai conseguir que pelo menos o pessoal não faça material (de campanha) junto com o Beto Richa, pros tucanos. Particularmente eu ia ser partidário. Se eu perdesse a convenção ia acatar a urna. Seria candidato a deputado federal.

BP !“ Até que ponto essas dissidências podem afetar a campanha dos candidatos majoritários do partido?
Almeida !“
Para falar a verdade atrapalha todo mundo. Eu não sei como um (deputado estadual e candidato à  reeleição) vai pedir voto para o Requião. Eu não sei se um Requião consegue pedir voto para o (deputado estadual) Stephanes Jr. Eu acho que nesse momento cada um vai ter que fazer campanha solo.

BP !“ O senhor e o Requião vão ter prejuízo com isso?
Almeida !“
Não. Porque a gente traz a convenção estadual para a campanha. à‰ com delegado, presidente de partido, vereador. Os deputados estaduais e federais que já estavam conosco. Tem uma turma que estava balançando e já está do lado de cá. Nunca se posicionou com o Beto Richa. A gente percebia que nas votações eles se ausentavam ou não votavam com o governo. O (deputado estadual) Nereu Moura é um cara importantíssimo para o Requião. A gente pudesse ter o (deputado) Caíto Quintana. Eu acho que tem pessoas que são emblemáticas. São pessoas que estão com o Requião há mais de duas décadas. O (deputado) Waldyr Pugliesi.

BP !“ O senhor disse que as dissidências estão concentradas na Capital, mas há relatos de muitos prefeitos do PMDB que estão com o Beto Richa.
Almeida !“
Já tinha. Essa fotografia não mudou. Eu acho que a Gleisi (Hoffmann, do PT) e o Requião têm o povo, e o Beto têm os homens políticos. O Beto tinha os deputados. O povo, que são os delegados, foram muito mais fiéis a mim, ao (deputado federal) João Arruda, e ao Requião. Ele deve ter, vou chutar, na casa dos 200 prefeitos no Estado.

Mais rico!
Assédio atrás de dinheiro é inferno!

Bem Paraná !“ A pecha de candidato mais rico ajuda ou atrapalha?
Marcelo Almeida !“
Eu acho que nessa ajuda. à‰ a primeira eleição que eu posso explicar quem sou eu. à‰ muito fácil falar que eu sou dono do pedágio. Se eu fosse dono, baixava o pedágio. à“bvio que eu não sou dono do pedágio.

BP !“ O senhor é muito assediado pelos políticos, cabos eleitorais, por causa disso?
Almeida !“
Se fosse em uma palavra eu diria: inferno.

BP !“ E como o senhor lida com esse assédio?
Almeida !“
Só com uma ligação a Deus. Eu nunca aprendi tanto quanto nesses últimos 30 dias. Eu consegui me desconectar das pessoas que pedem dinheiro pra mim. Eu não atendo, não retorno ligação, sou taxativo, saio da sala. Não perco muito tempo. Já sinto só no começo da conversa. Mas acho que vai ser uma eleição que vai depurar bem isso. Acho que saio dessa eleição como o homem dos livros, como um cara que é imbatível no debate, não respondo processo. Mas é uma eleição boa para depurar esse assunto do pedágio, da riqueza, da CR Almeida.

BP !“ Em relação à s campanhas passadas, o senhor sente alguma diferença no humor do eleitorado, por conta das manifestações e do crescimento da rejeição aos políticos?
Almeida !“
Ainda bem que eu não estou (candidato) a deputado federal, nem estadual. Porque isso fica muito forte lá embaixo. Na proporcional deve estar muito difícil. Há também uma dicotomia. Principalmente na proporcional. Pelo menos nos lugares que eu andei com o Requião, é muita gente. à‰ muita gente porque é para escutar o Requião. O pavio está curto do eleitor. Eu não sinto isso tanto porque a campanha para senador está mais focado no àlvaro (Dias, PSDB), em mim. Há um pouco mais de atenção. Eu reparo que os deputados entram para pedir voto, entra um pouco de desatenção do eleitor.

Eleição

Não vou reaver o dinheiro da campanha!

Bem Paraná !“ A política, no Brasil, é vista como um meio de ascensão social e econômica. O senhor não precisa disso, pois já é alguém de posses. Porque mesmo assim insistiu em entrar na política, atividade tão mal vista entre a opinião pública?
Marcelo Almeida !“
Quem está na contramão é que está correto. Eu estou correto. A vida pública é uma missão, não é um negócio. Eu não vou reaver o dinheiro que estou colocando na minha eleição. Não vou mexer com emenda. Eu gosto do que eu faço, sempre fiz. Tenho essa independência que é um privilégio de não estar ligado a nenhum grupo empresarial, banco, sindicato. Eu posso ser muito mais do povo do que os outros.

BP !“ Seus adversários, inclusive dentro do PMDB, questionam sua indicação como candidato ao Senado por conta de suas ligações com o pedágio e do discurso do Requião do “abaixa ou acaba”. Como o senhor lida com isso?
Almeida !“
Primeiro assim é interessante. As pessoas que me criticam pelo pedágio são as primeiras a bater na CR Almeida para pegar dinheiro. Tem fila para pegar dinheiro. O problema do pedágio, se fosse pensar, eu se fosse dono baixava. Também acho caro. Tem que ser por outro viés. O problema do pedágio é do Jaime Lerner, do Beto Richa e do Requião. Não é de um senador, do Marcelo Almeida, de um ex-diretor do Detran.

BP !“ Eleito senador, o senhor pretende fazer algo em relação a isso?
Almeida !“
Eu acho que sou o único. Sou o cara mais importante desse jogo. Que mais pode ajudar. Acho que só tem uma maneira. Discutir olho no olho, cara a cara, com verdade, não ficar usando a politicagem para discutir o pedágio.

BP !“ Mas existe alguma saída que não a prorrogação dos contratos em troca da redução das tarifas?
Almeida !“
Primeiro assim, eu não sou dono do pedágio. A CR Almeida tem sete pedágios no Brasil. No Paraná tem dois. Eu não vejo saída. Eu não vejo uma movimentação. Virou um assunto político. Porque tem pedágio? à‰ muito fácil o pessoal do PT, do PSDB me criticar. Tem pedágio porque, nos últimos vinte anos, todo mundo rouba tudo. Rouba o dinheiro do IPVA, do caixa, desvia dinheiro de emenda. Aí todo mundo faz. PT, PMDB, PSDB fazem o quê? Concessão, terceirização, privatização. à‰ fácil falar. Como os caras vão arrumar estrada se não tem dinheiro nem para por gasolina em viatura? Então, se tivesse nos últimos 30 anos gente séria não precisava ter pedágio no Brasil. Tudo o que acontece é porque roubaram tanto dinheiro, desviaram tanto, que daí inventaram esse negócio de concessão, privatização.

Chapa
Requião tem a sua estrutura, eu tenho a minha!

Bem Paraná !“ O que o senhor acha que precisa mudar ou melhorar na representação do Paraná no Senado?
Marcelo Almeida !“
Acho que tem duas coisas. Mas falando de coisas que não estão na Constituição. O Paraná tem que ter um senador com cara de conselheiro. Tem que ser um conselheiro do governador, não importa quem seja o governador. O senador do Paraná tem que ser senador do Paraná. Hoje a gente percebe que os três senadores, o próprio Requião, a Gleisi, o àlvaro são senadores do Brasil. Não senadores do Paraná, que têm amor pela terra, que vão entrar, se engajar nos assuntos, ir para o interior, se preocupar com o Estado como se fosse um governador, não como um deputado federal. Quem cuida do povo é o deputado, quem cuida do Estado é o senador. Se eu for eleito, a gente tem que começar pelo mais simples, são coisas quase que surreais. à‰ tão ridículo ficar oito anos de mandato um senador. Porque deputado federal fica quatro, deputado estadual quatro, e senador oito? Primeira coisa é fazer com que seja igual os outros, mandato de quatro anos. Isso é preciso mudar a Constituição. Segundo, quem inventou que tem que ter suplente de senador? Se fizer um pente fino, um raio X, geralmente são muito ricos. São grandes empresários, riquíssimos que sempre apoiam um senador que não é rico, mas é bom de voto. No meio o cara tem um cálculo renal, ou outro fica com pneumonia, pede quatro meses de licença. Aí o suplente vai, leva a família, dois carros pretos, aquela coisa toda. Aí dá uma arrumada nas coisas volta para o Estado dele. Acho que se cai o senador, pega o segundo colocado. à‰ mais justo.

BP !“ Mas o senhor vê condições políticas pra isso?
Almeida !“
Mas você perguntou o que eu vou fazer: primeiro acabar com o mandato de oito anos, segundo, com a suplência. Três: pacto federativo. Aqui está o nó do País, a conta não fecha. O juro que os estados e municípios pagam para a União é maior do que se um cidadão for pegar em um empréstimo em um banco. Eu aumentaria o fundo de participação dos estados e municípios e diminuiria o dinheiro de emendas. Porque eu acho que não é correto os prefeitos ficarem dependendo das emendas dos deputados federais. Pior ainda que virou emenda impositiva. Qualquer deputado ou senador eleito ele tem garantido R$ 70 milhões (em emendas ao orçamento por ano).

BP !“ O senhor falou dos suplentes mas muitos dizem justamente que teria sido escolhido candidato ao Senado pelo Requião para financiar a campanha do candidato ao governo. As suas empresas ou o senhor vai investir na campanha para o governo?
Almeida !“
Na minha (campanha). O Requião me escolheu justamente por isso mesmo. “O Marcelo tem independência financeira. Não precisa ficar usando o avião do Requião. Ele faz o material dele. Não fica igual um chupeta aí querendo andar no mesmo carro”. O Requião tem a sua estrutura, eu tenho a minha. Eu queria muito ver no último dia quanto custou a campanha dos outros candidatos ao Senado no Paraná.

BP !“ Qual a sua relação com as empresas da família hoje?
Almeida !“
Um pouquinho menos que zero.

BP !“ E em decisões, por exemplo, sobre doações de campanha?
Almeida !“
Zero. Na minha não vai ter. Do Requião, eu não sei.

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