Estamos em época de eleição, o ápice da vida democrática. Todo cidadão brasileiro tem o direito ao voto. Um direito que é um dever. Para alguns uma obrigação, no bom sentido, para outros uma obrigação no pior sentido figurado da palavra. Pois é…. tem quem ache um absurdo ser obrigado a ter que votar em um ou dois domingos a cada dois anos.
Pessoas de memória curta ou de pouca idade acham um absurdo ter que sair de seu conforto para ter que participar da vida democrática e dar sua contribuição como cidadão para o futuro de um País, Estado ou Município. Não sabem ou esqueceram da luta que foi para termos no Brasil o direito ao voto, não sabem ou não querem saber o que custou ao país e a muitas famílias brasileiras a luta contra a ditadura e a briga das DIRETAS Jà.
Desconhecem? Não dão valor? Não estamos prontos como país para chegarmos ao voto opcional, e sem o voto obrigatório jamais estaremos. Cidadania é um direito e um dever.
Já tivemos muitas campanhas pelo voto nulo ou pelo voto branco. Acredito que isto seja anular a nossa cidadania, anular a nossa voz como povo. O gesto de anular o seu voto ou votar em branco não é um protesto é um ato de omissão. Anular é se omitir diante de tudo aquilo que causa revolta, de tudo aquilo que te levou a perder a fé e a esperança em nosso sistema.
Acredito que só a mais completa perda de esperança pode justificar o ato de omitir-se diante da oportunidade de fazer algo que pode fazer valer a sua vontade e a sua voz contra aquilo que te desagrada ou a favor daquilo que acredita. Será que temos gente que simplesmente acredita não haver mais nenhuma esperança para o Brasil?
Existem políticos corruptos, existem promessas falsas, existem pessoas que foram corrompidas pelo sistema, existem, existem, existem desculpas para fugir da peleia.
Quem anula o voto foi corrompido pelo sistema. Se você anula o voto contribuí para que aqueles que vendem o voto escolham os políticos que te roubaram a esperança.
Não há uma desculpa lógica, não existe matemática de votos válidos ou de coeficientes partidários que justifiquem anular a voz de um cidadão. Que direito tem de reclamar quem se omitiu? Como poder falar bem ou mal, cobrar isto ou aquilo se quando te deram a voz você optou por se calar e fugir da briga?
Vamos ao voto, vamos à s urnas. Vote em uma proposta, em um partido, em uma pessoa, vote em uma antítese à tese que você abomina… mas vote!
O voto, por mais clichê que seja, é o momento que todo cidadão tem o mesmo peso, a mesma força e capacidade de promover mudanças. Transforme sua revolta em algo útil, transforme sua revolta em indignação, transforme esta indignação em ação e vá atrás do que mais se assemelha ao seu ideal político e de uma proposta de governo e trabalho. Na sequencia não esqueça em quem votou e cobre o seu de seu candidato, cobre trabalho, cobre dedicação.
Se o seu voto não tiver sido honrado não anule o seu voto por causa de um mal político, anule o político que roubou a sua voz, tire dele o que ele tem de mais valioso neste jogo democrático: tire o voto.
*Requião Filho é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.