Velha mídia usa tragédia em BH para sua revanche na Copa

do Brasil 247

Constrangida pelo sucesso do Mundial, reconhecido dentro e fora do Pais, oligopólio da mídia familiar no Brasil se escora no acidente de engenharia ocorrido ontem em Belo Horizonte para uma pequena vingança; na Folha, a queda de um viaduto se transformou em "Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH"; no Globo, "Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH"; no Estado, "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2"; nos três jornais, ênfase no fato de se tratar de uma obra do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, depende da execução de estados e municípios; no caso concreto, a responsabilidade pela execução da obra era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB, que viu "falha de engenharia".
Constrangida pelo sucesso do Mundial, reconhecido dentro e fora do Pais, oligopólio da mídia familiar no Brasil se escora no acidente de engenharia ocorrido ontem em Belo Horizonte para uma pequena vingança; na Folha, a queda de um viaduto se transformou em “Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH”; no Globo, “Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH”; no Estado, “Viaduto planejado para Copa cai e mata 2”; nos três jornais, ênfase no fato de se tratar de uma obra do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, depende da execução de estados e municípios; no caso concreto, a responsabilidade pela execução da obra era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB, que viu “falha de engenharia”.
Até aqui, a imprensa familiar brasileira vinha sofrendo a maior goleada da história das Copas. Depois de apostar no fiasco da Copa do Mundo de 2014 e usar seus colunistas para disseminar o pânico de um vexame internacional, o pequeno oligopólio da mídia no Brasil tentou marcar nesta sexta-feira, dia em que o Brasil decide contra a Colômbia uma vaga nas semifinais, um golzinho de honra. Nem que para isso tenha sido necessário explorar uma tragédia, ocorrida ontem em Belo Horizonte, onde um viaduto desabou e matou duas pessoas.

O lamentável acidente, decorrente de uma provável falha de engenharia da empreiteira Cowan, ganhou uma embalagem peculiar nos jornais brasileiros, com sabor de vingança. Na Folha, o fato se transformou na manchete “Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH”. No Globo, “Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH”. No Estado, “Viaduto planejado para Copa cai e mata 2”. Ou seja: depois da constatação de que os aeroportos funcionaram a contento e de que os estádios (que para determinado grupo de mídia ficariam prontos apenas em 2038) encantaram o mundo, caiu um viaduto. Era o que bastava para a execução da revanche.

Nos três três jornais, a ênfase foi dada ao fato de se tratar de uma obra do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, depende da execução de estados e municípios. No caso concreto, embora a obra tenha recebido financiamento de R$ 171,7 milhões do governo federal, a responsabilidade pela execução era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB e aliado do PSDB na política mineira.

Na Folha, que foi o jornal que produziu a manchete mais milimétrica contra a Copa após o incidente, houve ainda espaço para um editorial, chamado “Humor de Copa”, sobre o impacto do sucesso do Mundial na mais recente pesquisa Datafolha, onde a presidente Dilma foi de 34% a 38% das intenções de voto. Num dos trechos, comentou-se o incidente de ontem em Belo Horizonte. “Verdade que, até quarta-feira, registravam-se somente incidentes operacionais de menor impacto; o mais grave deles havia sido a invasão de chilenos no Maracanã, fruto de uma falha de segurança. Nada comparável à  queda de um viaduto em Belo Horizonte. O acidente, ocorrido ontem, resultou na morte de ao menos uma pessoa e deixou 22 feridos. A obra faz parte do pacote de melhorias de mobilidade urbana e não ficou pronta no prazo prometido. Não foi, felizmente, tragédia de maiores proporções. Serve para lembrar, ainda assim, o quanto houve de irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na organização do Mundial. O primeiro jogo da Arena das Dunas, em Natal, deu-se sem a liberação dos bombeiros, por exemplo.”

Com a queda do viaduto, a mídia familiar fez um golzinho e diminuiu a goleada que vem sofrendo. Há tempo para a virada?

Comments are closed.