Ricardo Gomyde*
Escrevo hoje pela ultima vez sobre a Copa do Mundo do Brasil deste ano. A partir de agora, tratarei de outros temas. Durante os últimos anos, trabalhei na preparação brasileira para o sucesso do evento. E pude registrar nesta coluna um pouco do dia a dia deste grande evento.
A Copa do Mundo no Brasil foi, para muitos turistas sul-americanos, a chance de participar do torneio mais importante do futebol mundial sem ter de cruzar o oceano. A proximidade geográfica dos países a algumas das cidades-sede, entre elas Curitiba, tornou viável o sonho de argentinos, uruguaios, colombianos e tantos outros a seguir a seleção de seu país no Brasil.
Considerando-se os 15 países que mais enviaram turistas ao país durante o Mundial, os visitantes sul-americanos foram representados por 364.092 pessoas, valor maior do que os 332.228 visitantes europeus e norte-americanos juntos, como era visível nas arenas e nos principais pontos turísticos do país.
Os argentinos representaram o maior número dos sul-americanos, com 166.772. Depois vieram os chilenos, com 52.427; colombianos, com 49.246; uruguaios, 35.018; peruanos, 21.084; venezuelanos, 20.064; e paraguaios, 19.481.
Já entre os europeus e visitantes da América do Norte, foram 111.380 norte-americanos, 40.517 mexicanos, 40.408 britânicos, 39.968 franceses, 35.640 alemães, 23.949 portugueses, 20.919 italianos e 19.447 espanhóis.
Os estrangeiros aproveitaram a estada no país para conhecer outros destinos turísticos. De acordo com pesquisa feita pelo Ministério do Turismo, em parceria com a FIPE, foram 378 municípios visitados até o fim da Copa, número que pode aumentar já que o estrangeiro fica, em média, de 13 a 15 dias no país.
Esse é um importante legado a ser explorado depois da Copa: consolidar os destinos turísticos paranaenses para esse grande contingente de vizinhos sul-americanos. O turismo regional é responsável pelo grande fluxo de deslocamento de visitantes no mundo, e na América do Sul podemos seguir o mesmo caminho. Não só Curitiba, que foi cidade sede com grande sucesso, mas todas as regiões turísticas do Paraná devem olhar para essa grande oportunidade que se abriu com a Copa.
*Ricardo Gomyde, especialista em políticas de inclusão social, foi membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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