Marcelo Araújo*
Recentemente o prefeito Gustavo Fruet anunciou que Curitiba é a primeira Capital a contar com uma “frota pública” de veículos elétricos. Certamente um orgulho para os curitibanos. No entanto, faltou dizer que a primazia se refere apenas a Capital de Estado, não valendo para capital do país, no caso Brasília (para quem não sabe também é Capital, mas do Brasil).
Segundo o Correio Braziliense, o mesmo fabricante também cedeu veículos elétricos para serem usados pela CEB (Companhia Energética de Brasília) que faz parte da Secretaria de Obras do Governo do Distrito Federal, além dos Correios.
Ressalva na expressão “frota pública” que se entenderia aquela pertencente ao poder público (veículo oficial), e no caso os veículos são cedidos em comodato, lembrando ainda que Curitiba praticamente não possui frota pública, vez que os veículos são na grande maioria locados (categoria particular), o que na nossa opinião é a melhor escolha.
Se fosse adquirir um Twizy elétrico a Prefeitura desembolsaria R$ 200 mil, conforme a reportagem citada.
Tem chamado a atenção a artilharia iniciada pelo jornalista Celso Nascimento contra o prefeito de Curitiba, seu pupilo até então. Quem conhece o arqueiro da Gazeta do Povo sabe que muitas vezes não é dele o “animus nocendi” (vontade de prejudicar, e nesses casos age sem “animus”, um desanimado, ou melhor inanimado).
Na semana passada, Nascimento ecoou as palavras do urbanista, ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner que (des)qualificou o metrô como obsoleto e caro, chamando de subdesenvolvido o país que faz isso e criticou ainda o fato do sistema novo derrubar um já existente. Certamente essas palavras e o eco trarão efeitos negativos no processo licitatório. Ainda repercutiu as críticas de Jaime Lerner à “via calma”, que o tem deixado “nervoso”.
Antes, porém, Celso Nascimento já havia dado duas alfinetadas na malfadada regularização do EstaR e destacou a investigação do Ministério Público de Contas.
Por fim, o jornalista relembrou o caso da cessão funcional dos agentes de trânsito para a Setran, providência ao nosso ver absolutamente regular e legal, tanto que a atual administração manteve e manterá dessa forma, até porque não nos parece avizinhar-se um concurso para novos agentes. Seria até uma incoerência vez que nos últimos dias está sendo travada luta desgastante para garantir os direitos desses trabalhadores e um aumento real, que se não chegar a bom termo poderá gerar uma paralisação da categoria nesta semana.
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.