Coluna do Requião Filho: Pelo fim da enganação na política

A possibilidade de o eleitor ser enganado por políticos carreiristas nestas eleições, a exemplo das anteriores, é muito grande; com esse alerta, Requião Filho, nesta quinta, faz um apelo apaixonado e poético pela valorização do voto; "O novo pelo novo de nada vale. O que têm os novos a oferecer? Qual a posição deles nos temas que deverão ser decididos nos próximos 4 anos? O novo que nada fala nem posições toma não merece seu voto", sentencia o colunista, ao defender a tese de que quem pretende apoiar as privatizações que procure um partido com orientação ideológica em nome da "higienização da política"; Requião Filho pede ainda para que o eleitor seja exigente e descarte os fisiológicos de sempre; leia o texto e compartilhe.
A possibilidade de o eleitor ser enganado por políticos carreiristas nestas eleições, a exemplo das anteriores, é muito grande; com esse alerta, Requião Filho, nesta quinta, faz um apelo apaixonado e poético pela valorização do voto; “O novo pelo novo de nada vale. O que têm os novos a oferecer? Qual a posição deles nos temas que deverão ser decididos nos próximos 4 anos? O novo que nada fala nem posições toma não merece seu voto”, sentencia o colunista, ao defender a tese de que quem pretende apoiar as privatizações que procure um partido com orientação ideológica em nome da “higienização da política”; Requião Filho pede ainda para que o eleitor seja exigente e descarte os fisiológicos de sempre; leia o texto e compartilhe.
Requião Filho*

Já parou para pensar que neste ano você detém o poder de mudar tudo? Agora é o eleitor quem manda! O voto, o famoso sufrágio popular, tem, sim, esta força toda.

Como você decide seu voto? Pelas cores do partido? Pela cara do candidato? Pela entonação de voz? Que tal começar a refletir desde já sobre o futuro? Vamos tentar votar por propostas e posturas?

Que tal ver se o partido pelo qual o candidato está concorrendo tem a ver com o discurso por ele adotado? Se o partido não for conexo com as promessas e propostas do candidato, descarte. Assim sendo, o tal candidato só está usando o partido como plataforma eleitoral. Certamente filiou-se por achar mais fácil se eleger porque a sigla lhe traz alguma vantagem, como tempo de televisão ou financiamento. Descarte já!

Você vota sempre no mesmo candidato, e ele já mudou de partido um milhão de vezes? Será que não há algo errado nisto? Neste caso a resposta é positiva, pois, na teoria, o partido do candidato deveria refletir suas idéias. A alteração freqà¼ente de legenda só leva a crer que o candidato não possui ideologia própria ou muda muito fácil de opinião.

Seu candidato tem um discurso coerente, troca pouco de partido, faz anos que te representa politicamente, mas… seu voto é mais hábito do que reflexão? Neste momento, inúmeras outras reflexões são necessárias para um voto consciente. Este candidato continua por merecer seu voto? Os compromissos assumidos na campanha foram satisfatoriamente cumpridos? As gestões deste candidato têm trazido benefícios ou seu voto ainda se deve à quele pequeno favor de 20 anos atrás? Como tem se posicionado o seu candidato nas votações importantes e de interesse público? Ele tem defendido os interesses da população ou tem defendido os interesses dos financiadores de campanha? O seu velho candidato ainda é merecedor do seu voto?

Economia

E de outro lado, você me diz: vou votar em sangue novo … Será? Vale votar em alguém só porque ele é novo no jogo? O novo pode não ter os vícios dos velhos, mas será que vale depositar a nossa confiança em alguém sobre quem nada sabemos? Basta ser novo? Não seria melhor votar em sangue bom? A força e a pureza dos novos devem ser fortes e baseadas em um discurso reto, posições sérias e bem pensadas.

O novo pelo novo de nada vale. O que têm os novos a oferecer? Qual a posição deles nos temas que deverão ser decididos nos próximos 4 anos? O novo que nada fala nem posições toma não merece seu voto.

Vamos cobrar de todos os que querem nos representar, de antemão, suas posições.

Vamos exigir dos políticos que parem de rodeios, que digam que são contra a privatização da saúde, dos aumentos abusivos de tarifas públicas, do sucateamento de nossas forças de segurança, etc. Cobremos posições favoráveis ao desenvolvimento da indústria, da defesa dos micros, pequenos e médios empresários que querem incentivos fiscais para que cresçam e gerem empregos; que votem pela transparência das contas públicas.

Devemos exigir de nossos representantes a tal fidelidade partidária que o nosso sistema de representação tanto necessita. Um candidato pró-privatização, que procure para si um partido que tenha esta orientação. O candidato que quer vender as empresas públicas, que opte por uma legenda que defenda esta bandeira, e que não venha se eleger nas costas de partidos que lutam contra isto, para depois trair a eles e a seus eleitores. Vamos exigir Fair Play, seriedade e honestidade.

*Requião Filho é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.

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