Depois de assumir a paternidade dos pedágios no Paraná, quando retirou 38 ações da Justiça contra as concessionárias de rodovias, agora o governo Beto Richa (PSDB) também aceitou a condição de mãe do sócio privado da Companhia de Saneamento da Paraná (Sanepar) — o grupo Dominó (Dominó Holdings S.A).
Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, um comunicado da empresa de água e esgoto, publicado no jornal Gazeta do Povo, informa da mudança das ações “On” para “Pp”, o que garantiria um ganho de R$ 350 milhões aos ativos do sócio privado da Sanepar.
Nesta fase do processo, o único a ganhar com a mudança feita pelo atual governo na Sanepar foi o sócio privado!, denunciou Veneri, deixando a entender que, mais uma vez, que vai pagar a conta — na fatura mensal — será o consumidor.
Veneri também denuncia que conversão de ações “ordinárias” para “preferenciais” garante o poder de decisão ao garantir ao grupo Dominó o direito a voto em várias situações — sempre contra o interesse público.
O diabo é que toda essa estripulia autorizada pela mãezona chamada Beto Richa teve a benevolência da Assembleia Legislativa. Coube à s excelências, os deputados, a aprovação de mensagem governamental autorizando o aumento de capital da empresa e a mudança de nível das ações na Bovespa para que a estatal pudesse emitir novas ações preferenciais.
Se Richa age como pai do pedágio e mãe do grupo Dominó, por óbvio, o povo paranaense continua órfão de pai e mãe, sem governo, sem ter quem zele pela sua existência física, material e espiritual neste mundo cão em tempos de neoliberalismo.
Trocando em miúdos, a Sanepar está dando mais um passo acelerado rumo à privatização total.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que pensam os pré-candidatos Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) sobre mais essa patifaria na estatal de água e esgoto? A opinião de Richa todos nós já sabemos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.