Coluna do Ricardo Gomyde: “Abaixo o complexo de vira-lata e a fracassomania na Copa do Mundo!”

Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, mergulha nas obras do dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues para explicar o "complexo de vira-latas" daqueles brasileiros que são contra a realização da Copa do Mundo e que não acreditam na capacidade de realização do Brasil; "Parecemos retomar a
Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, mergulha nas obras do dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues para explicar o “complexo de vira-latas” daqueles brasileiros que são contra a realização da Copa do Mundo e que não acreditam na capacidade de realização do Brasil; “Parecemos retomar a “fracassomania” já presente em outros períodos de nossa história”, observa o colunista, que destaca as maravilhas que o campeonato de futebol deixará ao país como legado em todas as áreas; segundo ele, que prevê 80% de apoio dos brasileiros até junho, a transparência cada vez maior será o grande legado do megaevento mundial; leia o texto.
Ricardo Gomyde*

Já disse aqui uma vez e reitero. Ainda há em nosso país um grupo que o fantasma de Nelson Rodrigues continua a assombrar: o dos que não acreditam no Brasil. E vemos agora ecoar mais uma vez em certos segmentos de nossa população o complexo de vira-lata de que falou o cronista. E isso vem justamente na esteira de uma grande oportunidade de sediarmos a 20!ª Copa do Mundo, um megaevento disputado pelos países desenvolvidos, motor de desenvolvimento e, sem nenhuma dúvida, farol de projeção geopolítica.

Realizamos obras mais difíceis e importantes que uma Copa, e já fizemos uma em 1950, porém a de 2014 parece objeto preferencial de um derrotismo de várias inspirações. Parecemos retomar a fracassomania! já presente em outros períodos de nossa história.

Com todas as nossas deficiências e deformidades históricas !“ e vale destacar que nenhuma delas foi introduzida ou agravada pela Copa !“, seremos capazes de usufruir os resultados benéficos de um evento que gera desenvolvimento em todos os campos.

Vejam: a Copa inova ou acelera obras de infraestrutura para usufruto perene do povo; traz turistas; melhorias da segurança e telecomunicações; empregos; aumento capilarizado de negócios; e consequente incremento do PIB (só na Copa das Confederações foi de R$ 9,7 bilhões e a projeção para a Copa do Mundo é de R$ 30 bilhões). Também reforça ou introduz em grau inédito mecanismos de transparência e escrutínio dos gastos públicos. Está na rede para quem quiser acompanhar e cobrar! E isso deve ser colocado na conta do legado sim!

O retumbante sucesso popular da Copa das Confederações, com estádios lotados e a torcida cantando com fervor o hino nacional, foi uma prévia da jornada de 2014. Por tudo isso não me surpreende que nada menos que dois terços dos brasileiros, segundo a última pesquisa do Datafolha, ainda apoiam a realização do torneio !“ e pelo andar da carruagem, tenho certeza que esse índice voltará a próximo de 80% vigente antes da onda revisora das manifestações de junho.

Economia

A apropriação da natureza lúdica da competição pelo povo fala mais alto que qualquer tentativa seletiva de politizar nossas antigas deficiências e deformidades que alguns tentam relacionar ao futebol. Ao final, ficará demonstrado que o Brasil sabe realizar uma Copa do Mundo tanto quanto ganhá-la.

*Ricardo Gomyde, diretor de Futebol do Ministério do Esporte, especialista em políticas de inclusão social, é membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.

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