Ademar Traiano*
O PT está naufragando em um mar de corrupção e incompetência. A popularidade da presidente Dilma Rousseff derrete. O número de pessoas que desaprova o jeitão truculento de Dilma governar (48%) já é maior do que aqueles que aprovam (47%), segundo o Ibope.
A aprovação pessoal de Dilma caiu para 34%. Estudiosos de eleições garantem que governantes com esse percentual de aprovação tendem a não se reeleger. Ou seja, se Dilma não produzir uma enorme virada, corre o risco de ficar sem emprego em 2015.
Dizer que Dilma venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, por 37% a 23% (da oposição somada) é bobagem. Para começar, a eleição não é hoje. Candidatos de oposição crescerão quando mais conhecidos. Isso acontecerá durante a campanha, quando as condições se tornarão menos desiguais.
Em contrapartida, os escândalos, a roubalheira na Petrobras, relações promíscuas do PT com o doleiro Youssef, dinheiro rapinado nas estatais para as campanhas políticas, a mutreta com os dados do IBGE sobre o desemprego, a inflação, a incompetência, tudo conspira para que o prestígio do governo federal afunde ainda mais.
O naufrágio deve ocorrer apesar dos valorosos esforços da senadora petista Gleisi Hoffmann, que se notabiliza pelas tentativas de tapar o sol com a peneira, melar CPIs, fajutar pesquisas que mostram os números reais do desemprego, varrer a sujeira do PT para debaixo do tapete.
Ainda os empréstimos
!“ A luta do Paraná para liberar empréstimos, bloqueados pela perseguição da senadora Gleisi Hoffmann, começa a ser mais bem entendida. Prova é o editorial da Gazeta do Povo de domingo (20) sobre o caso. Uma perseguição que gerou prejuízos irreparáveis. Recursos que todos os estados receberam em 2012, o Paraná terá acesso (talvez) em meados de 2014. Alguns trechos:
– Parece surreal que, para conseguir a liberação de um empréstimo de R$ 817 milhões, o governo do Paraná tenha precisado pedir a prisão do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Mas o episódio, ocorrido na semana passada, lança muitas luzes sobre as dificuldades que o Paraná tem tido para receber verbas cuja liberação depende da boa vontade de Brasília.
– Em fevereiro deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar exigindo que a STN destravasse o empréstimo.
– Mesmo assim, o Tesouro ignorou a liminar, agora alegando que o Paraná descumpriu o investimento mínimo em saúde no ano de 2013. No dia 3 de abril, Mello teve de voltar a agir, desta vez determinando multa diária de R$ 100 mil à União.
– Como nem isso serviu para amolecer o secretário Augustin, a Procuradoria-Geral do Estado foi novamente ao Supremo, no dia 8, pedindo o aumento da multa à União, além de uma multa pessoal ao chefe da STN e a expedição de um mandado de prisão contra ele, por crime de desobediência.
– Finalmente, no dia 10 de abril, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu nova liminar, referente não apenas aos R$ 817 milhões do Proinveste, mas também a outros quatro empréstimos.
– Se havia alguma dúvida quanto à alegada má vontade por parte do governo federal para com o Paraná, a atitude de Arno Augustin é reveladora do ânimo do Planalto em relação ao governo de Beto Richa.
– A então ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann !“, fez o possível e o impossível para barrar a liberação, em uma atitude que parece mais guiada pelo desejo de prejudicar adversários políticos e alavancar a própria carreira que pelo cuidado com o Paraná.
*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa. Ele escreve à s quartas-feiras sobre governo e parlamento.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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