‘The Economist’ embala oposição de Dilma no desgaste por Pasadena

do Brasil 247

Revista britânica, crítica frequente da política econômica brasileira, afirma que revelações sobre a compra da refinaria americana pela Petrobras "atingem imagem de boa gestora" da presidente Dilma Rousseff; "a promessa de grande riqueza atrapalhada pelo mau gerenciamento e a interferência governamental é uma história que afeta a própria trajetória do Brasil", avalia ainda a reportagem, intitulada "A necessidade de um capacete"; revista já previu erradamente que a economia brasileira declinaria e pediu sem sucesso a cabeça do ministro Guido Mantega; oposição se reúne essa semana para discutir CPI.
Revista britânica, crítica frequente da política econômica brasileira, afirma que revelações sobre a compra da refinaria americana pela Petrobras “atingem imagem de boa gestora” da presidente Dilma Rousseff; “a promessa de grande riqueza atrapalhada pelo mau gerenciamento e a interferência governamental é uma história que afeta a própria trajetória do Brasil”, avalia ainda a reportagem, intitulada “A necessidade de um capacete”; revista já previu erradamente que a economia brasileira declinaria e pediu sem sucesso a cabeça do ministro Guido Mantega; oposição se reúne essa semana para discutir CPI.
Um artigo publicado no site da revista britânica The Economist neste domingo 23 embala o discurso da oposição brasileira no episódio de Pasadena. Revelações recentes sobre a compra da refinaria do Texas (Estados Unidos) pela Petrobras, negócio que é alvo de investigação por suspeita de superfaturamento, “atingem imagem de boa gestora” da presidente Dilma Rousseff, afirma o texto (leia aqui, em inglês).

“As revelações do ‘Estado’ (jornal O Estado de S. Paulo) e a resposta de Dilma Rousseff (sobre a compra de Pasadena) prejudicam sua pretensão de ser uma boa gestora. O mesmo acontece com o desempenho financeiro da Petrobras. O valor de mercado da empresa encolheu de mais de US$ 300 bilhões em 2008 para US$ 76 bilhões atualmente, em parte porque o governo tornou vender gasolina aos motoristas brasileiros em uma tentativa de conter a alta da inflação”, diz o artigo.

Segundo a Economist, “o mercado está cansado da interferência governamental na empresa que, na onda de más notícias, teve uma queda em suas ações”. A publicação cita os dados da última pesquisa Ibope, em que Dilma aparece com 47% doso votos contra 22% de seus adversários, juntos, mas bate pesado ao dizer que “a promessa de grande riqueza atrapalhada pelo mau gerenciamento e a interferência governamental é uma história que afeta a própria trajetória do Brasil”.

A análise publicada no site da revista é intitulada “Hard hat required”, ou em português “A necessidade de um capacete”, em uma referência à  peça que protegeria o governo das quedas em relação à  Petrobras. Crítica frequente da política econômica do Brasil, a revista já previu erradamente que a economia brasileira declinaria e pediu, sem sucesso e mais de uma vez, a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega (veja aqui).

CPI da Petrobras

Líderes da oposição na Câmara e no Senado se reúnem nesta terça-feira 25 para articular a estratégia de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a compra de Pasadena pela Petrobras, em 2006. O negócio custou à  estatal US$ 1,18 bilhão, quase 30 vezes o valor pago pela empresa belga Astra para adquirir a mesma refinaria, um ano antes.

Economia

A reunião será realizada à s 15 horas, no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Além do PSDB, líderes do PPS e do Solidariedade confirmaram presença na reunião da oposição desta terça-feira.

A oposição denuncia superfaturamento na operação feita pela Petrobras e quer apurar as razões do prejuízo. Em nota à  imprensa, a presidente Dilma Rousseff, que à  época do negócio presidia o conselho de administração da estatal, reconheceu que a transação foi autorizada mediante parecer “técnica e juridicamente falho”.

Projeto de resolução

O líder da Minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), pretende apresentar um projeto de resolução para a criação da CPI nessa Casa legislativa. Segundo ele, os partidos de oposição se organizam para conseguir o apoio de parlamentares da base governista.

“Queremos que não seja uma CPI política ou da oposição, mas, sim, uma CPI de interesse do povo para esclarecer um assunto que envolve a maior empresa pública brasileira”, disse. “Nossa proposta, embora apresentada pela oposição, é para ser abraçada por todos”, completou Domingos Sávio.

São necessárias 171 assinaturas de deputados para o projeto de resolução que cria a CPI. Depois disso, a proposta deve ser votada pelo Plenário da Câmara. Outra iniciativa também em andamento é a de criação de uma CPI mista, de deputados e senadores, para investigar o mesmo assunto. Nesse caso, além dos 171 deputados, 27 senadores devem assinar o requerimento, que não precisa ser votado pelo Plenário do Congresso.

A compra da refinaria de Pasadena foi objeto de um pedido de CPI, na Câmara, no ano passado, mas a comissão não foi instalada porque o Regimento Interno da Casa só admite o funcionamento simultâneo de até cinco CPIs, e a da Petrobras era a 23!ª da fila. Em caso de aprovação do projeto de resolução, o pedido do PSDB não precisará entrar nessa lista de espera e a CPI poderá ser instalada.

Opinião do governo

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou as iniciativas da oposição. Ele afirmou que as acusações têm endereço certo, em ano eleitoral.

“Falaram que a presidência da República é a ‘principal autoridade nessa negociata’; ninguém pode se dirigir nesses termos à  nação brasileira, colocando a Presidência da República ou tentando colocá-la sob suspeição”, declarou. “Até porque Dilma foi de uma honestidade intelectual que muitos não tiveram no cargo que ela ocupa hoje”, concluiu Chinaglia.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, mudou seu discurso nesse domingo e passou a defender a criação da CPI da Petrobras (leia aqui).

Com informações da Agência Câmara

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