Eu sei que Curitiba não é Paris nem fica na França, mas a comparação é um método fantástico de aferição de políticas públicas.
Para diminuir a poluição do ar, o transporte público em Paris e nas cidades de Caen e Rouen será gratuito. A intenção é diminuir o número de carros circulando pelas ruas.
Quase 3/4 do país está em estado de alerta pelo o que é considerado o pior nível de poluição desde 2007. Além do metrô, trem e ônibus, usar as bicicletas públicas também será de graça.
O nível de poluição em Paris chegou ao mesmo de Pequim, considerada a cidade mais poluída do mundo.
Curitiba segue na contramão da história. Enquanto se fala em transporte público gratuito no mundo para diminuir veículos nas ruas, aqui, outrora cantada em prosa e verso como “Cidade Ecológica”, privilegia o automóvel ao planejar novo reajuste na tarifa do ônibus.
Curitiba ainda é a cidade administrada pelas máfias: do lixo, do transporte, da multa eletrônica, do carro alugado, enfim, são os financiadores de campanhas eleitorais que detêm o mando político. O cidadão desavisado vota em um, mas elege os mesmos mafiosos de sempre.
Enquanto o mundo oferece transporte público gratuito e até bicicletas de graça para tirar carros de circulação, a capital paranaense prepara salgado aumento no preço do ônibus. As empresas concessionárias pedem 40 centavos de reajuste na tarifa técnica, que hoje é de R$ 2,93. Por conta de subsídios, o usuário paga na roleta R$ 2,70.
A “Turma do Amendoim”, grupo formado por veteranos filiados do PT, promete incentivar protestos de rua contra o prefeito Gustavo Fruet (PDT), caso a tarifa de ônibus seja mesmo reajustada.
Esses militantes do partido com mais idade, sob o estímulo da oleaginosa, pedem o cancelamento de seguro mensal de R$ 2 milhões (sem licitação há 20 anos), rompimento de contrato com concessionárias do transporte público e eliminação da planilha do Imposto de Renda que as empresas sonegam.
Paralelamente à proposta do “Grupo do Amendoim”, o prefeito também estuda cortar repasse de R$ 800 mil mensais ao Sindimoc.
Curitiba não é Paris, mas é uma festa para os mafiosos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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