Veja essa: em artigo, Delfim Netto elogia privatizações de Gleisi

Economista da ditadura militar, Delfim Netto teceu hoje elogios à s privatizações conduzidas pela ex-ministra Gleisi Hoffmann e atacou o "estatismo" do PT em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo; em setembro de 2013, o jornal curitibano Gazeta do Povo já havia encontrado "simetria" com a atuação da então ministra-chefe da Casa Civil com os tucanos no que diz respeito à s concessões das rodovias federais; leia a íntegra da coluna de Delfim, cujo lema é "crescer o bolo para depois repartir".
Economista da ditadura militar, Delfim Netto teceu hoje elogios à s privatizações conduzidas pela ex-ministra Gleisi Hoffmann e atacou o “estatismo” do PT em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo; em setembro de 2013, o jornal curitibano Gazeta do Povo já havia encontrado “simetria” com a atuação da então ministra-chefe da Casa Civil com os tucanos no que diz respeito à s concessões das rodovias federais; leia a íntegra da coluna de Delfim, cujo lema é “crescer o bolo para depois repartir”.
Em sua coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo, o economista Delfim Netto, conhecido pela célebre frase segunda qual “é preciso crescer o bolo para depois repartir”, quando ministro da ditadura militar, rasgou elogios à  atuação de Gleisi Hoffmann na Casa Civil.

Delfim destacou hoje a alegria do setor privado com as privatizações conduzidas pela ex-ministra e ainda cutucou a cultura do estatismo do PT, que, na opinião do colunista, Gleisi combateu em nome da “entrega de resultado” das organizações.

A seguir, leia a íntegra da coluna de Delfim Netto publicada nesta quarta no jornal Folha de S. Paulo:

ANTONIO DELFIM NETTO

Gleisi

Gleisi Hoffmann reassumiu sua cadeira no Senado depois de ter se desincumbido muito bem de suas funções na espinhosa Casa Civil. Testemunhos de importantes interlocutores do setor privado são a prova de que sua inteligência e seu comportamento foram importantes para melhorar suas relações com o governo.

Economia

O sucesso dos recentes processos de concessões deve muito à  sua ação e à  dos ministros Mantega e César Borges, no convencimento dos potenciais concorrentes de que a defesa da “mocidade tarifária”, na transferência de monopólios públicos para o setor privado, estava longe de ser o desejo ideológico de construir um “capitalismo sem lucro”.

Numa entrevista concedida à  competente jornalista Débora Bergamasco, publicada no domingo pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, Gleisi revela, por um lado, humildade e coragem e, por outro, que captou as dificuldades da administração pública que o PT ainda não entendeu. Por conta da humildade, temos sua réplica à  pergunta “por que as respostas do governo são lentas?” Diz ela: “porque dependem da articulação das três esferas da Federação e de vários órgãos”.

E acrescenta sem rebuços: “Claro que eu gostaria que tivesse maior celeridade. Claro que se eu tivesse, no início, a experiência e o conhecimento que tenho agora, acho que eu teria conseguido fazer isso”.

Mais importante é a sua corajosa reflexão em resposta à  pertinente, mas incômoda, pergunta da arguta jornalista: “Qual é a maior dificuldade do governo em fazer o Brasil andar?” Vale a pena transcrever, para iluminar alguns ideólogos das virtudes do estatismo. Ela responde: “Ainda é a falta de cultura da máquina pública de agir por resultado. Temos uma baixa cultura de comprometimento de entregas. O serviço público não está acostumado a isso, então quando nós cobramos resultados muitas vezes tem reação. Quando cobramos metas, organização, não temos o retorno esperado porque é uma questão de cultura e também da própria organização do serviço público, em que a estabilidade está na base e a instabilidade está no comando. Isso faz com que o setor público acabe ficando mais acomodado”. A frase é antológica, “a estabilidade está na base e a instabilidade no comando”!

Se há alguma dúvida sobre a verdade essencial dessa ponderação, basta atentar para as dificuldades que estamos vivendo no setor elétrico, além dos problemas climáticos: 40% do volume de energia planejado para estar em operação não foi entregue na data prevista, por dificuldades de toda natureza. Ainda mais lamentável é o descompasso de mais de um ano entre os projetos que estão prontos e as necessárias linhas de transmissão, o que elevará para sempre o custo da energia.

contatodelfimnetto@terra.com.br

ANTONIO DELFIM NETTO escreve à s quartas-feiras nesta coluna.

Comments are closed.