Richa corta R$ 78 milhões de escola, mas pega emprestado R$ 65 milhões para estádio da Copa

por Rodrigo Mattos, no portal UOL

Governo Beto Richa tomou emprestados R$ 65 milhões para terminar a Arena da Baixada visando abrigar quatro jogos da Copa, mas, com a outra mão, cortou R$ 78 milhões para reformas e construção de escolas no Paraná; na foto acima, a Escola Municipal Lagoinha, toda de madeira, construída em Mandirituba, região metropolitana de Curitiba, longe do "Padrão Fifa", coloca em risco a segurança da comunidade escolar; senador Roberto Requião, pelo Twitter, comentou o contra-senso: "intolerável".
Governo Beto Richa tomou emprestados R$ 65 milhões para terminar a Arena da Baixada visando abrigar quatro jogos da Copa, mas, com a outra mão, cortou R$ 78 milhões para reformas e construção de escolas no Paraná; na foto acima, a Escola Municipal Lagoinha, toda de madeira, construída em Mandirituba, região metropolitana de Curitiba, longe do “Padrão Fifa”, coloca em risco a segurança da comunidade escolar; senador Roberto Requião, pelo Twitter, comentou o contra-senso: “intolerável”.
O jornalista Rodrigo Mattos, do portal UOL, destaca na sua coluna o contra-senso do Governo do Paraná, que vive uma dramática crise financeira, mas toma empréstimo do BNDES para financiar a obra da Arena da Baixada. Abaixo a íntegra da coluna:

Julho de 2013: o governo do Paraná faz grande corte de orçamento, o que afeta saúde e educação, incluindo a construção de escolas. Fevereiro de 2014: o governo toma um empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para repassa-lo à  construção da Arena da Baixada para a Copa-2014.

Quase excluído do Mundial, o Estado vive grave crise financeira: a redução de despesas em 2013 foi necessária para pagar o 13o salário de funcionários. Antes disso, até telefones da polícia foram cortados por falta de pagamento. Seu endividamento com o governo federal atinge R$ 13,2 bilhões. E só depois de decisão judicial foi possível volta a pegar empréstimos, o que era negado pelo Tesouro Nacional.

Foi com essa capacidade de endividamento renovada que o Paraná pôde pedir R$ 250 milhões para o BNDES, na quarta-feira passada. Desse total, R$ 65 milhões serão usados para solucionar a falta de recursos do Atlético-PR para acabar as obras da Arena da Baixada. O dinheiro do banco público entra depois, enquanto isso, a Fomento Paraná, banco do Estado, banca a obra.

O empréstimo do BNDES sai de uma linha para os Estados que prevê recursos para investimentos em projetos prioritários para a região. Caberá ao banco público analisar se a Arena da Baixada se encaixa neste quesito.

Informações do BNDES indicam que o dinheiro pode sair mais caro do que a linha de crédito do Pro-Copas, que tinha juros de TJLP mais 1%. Mas o Atlético-PR alega que não há diferença em relação à s condições do primeiro empréstimo. Certo é que vai demorar a sair porque a análise do banco público não será rápida.

Economia

Serão exatamente as mesmas condições!, afirmou o presidente do Atlético.PR, Mário Celso Petraglia. Não há doação de dinheiro. São empréstimos liberados mediante garantias reais apresentadas pelo clube. São operações de crédito como as feitas normalmente para a realização de outros empreendimentos que pedem apoio do Estado!, defendeu o governador do Estado, Beto Richa.
O governador acrescentou que tudo que foi feito para manter Curitiba na Copa por ser importante para a economia do Estado.

No corte de julho de 2013, o Estado do Paraná bloqueou um total de R$ 78 milhões para construção de 130 escolas, segundo a Gazeta do Povo!. Mais do que o valor do empréstimo destinado à  Arena.

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