Coluna do Requião Filho: “O Paraná de verdade não tem combustível para a polícia nem ração para cães da PM”

Requião Filho, na sua coluna de hoje, revela como os profissionais do marketing 'plastificam' políticos e lideranças visando enganar o eleitor; colunista pega o caso específico do governador Beto Richa (PSDB) com exemplo; "Vamos esquecer esse mundo plástico e perfeito que nos tentam vender nas propagandas do governo, olhar a realidade e fugir do Estado que existe apenas nos intervalos do horário nobre da TV Globo", convida; de acordo com o advogado especialista em políticas públicas, o Paraná real deve mais de R$ 1,1 bilhão, não tem dinheiro para o combustível das viaturas nem ração para os cães da polícia; tem hospitais abandonados e privatiza a saúde; aumenta a tarifa da água e da luz; Mas, segundo a propaganda, a culpa disso tudo não é do Beto Richa!, ironiza; leia o texto.
Requião Filho, na sua coluna de hoje, revela como os profissionais do marketing ‘plastificam’ políticos e lideranças visando enganar o eleitor; colunista pega o caso específico do governador Beto Richa (PSDB) com exemplo; “Vamos esquecer esse mundo plástico e perfeito que nos tentam vender nas propagandas do governo, olhar a realidade e fugir do Estado que existe apenas nos intervalos do horário nobre da TV Globo”, convida; de acordo com o advogado especialista em políticas públicas, o Paraná real deve mais de R$ 1,1 bilhão, não tem dinheiro para o combustível das viaturas nem ração para os cães da polícia; tem hospitais abandonados e privatiza a saúde; aumenta a tarifa da água e da luz; Mas, segundo a propaganda, a culpa disso tudo não é do Beto Richa!, ironiza; leia o texto.
Requião Filho*

O principal objetivo da propaganda é persuadir, convencer, fazer você acreditar em algo, aceitar ou optar por um determinado produto. Este produto pode ser qualquer coisa: um serviço, uma bebida, um governo ou um político.

A imagem é o que primeiro nos convence, a primeira impressão por assim dizer. à‰ o que minha avó dizia: aquela coisa de comer com os olhos. Os marqueteiros e propagandistas de plantão sabem disto. Eles trabalham bem a imagem, criam uma fantasia. Eles empurram-nos, goela-abaixo, a versão que querem dar aos fatos. Usando algo que chamam de “ferramenta de expressão da imagem”, eles buscam nos persuadir.

O mesmo raciocínio que vale para os produtos serve também para a política. Os marqueteiros fazem isto com governos e com candidatos. Eles nos vendem estes produtos! da mesma forma que nos vendem refrigerantes. Os colocam sempre bem vestidos, arrumados, bronzeados, sorrindo e usando um tom ameno em todas as ocasiões; posicionando-os sempre próximos do povo.

Para exemplificar, aqui citarei os comerciais de refrigerantes, sempre com jovens bonitos, sarados, alegres, ricos, em momentos de alegria. Nós assistimos e absorvemos esta imagem. Passamos a crer que é assim que devemos ser; que é isto que desejamos para nós. Acreditamos que o mundo é assim e queremos fazer parte daquele mundo.

Qualquer semelhança com a operação de guerra midiática que o atual governo e governador do Paraná usam não é mera coincidência. Eles pegam um Estado abandonado, com um administrador inapto e montam filmes, entrevistas e imagens, alterando a percepção da realidade e buscando te convencer que o seu produto tem valor, que é o melhor. O fazem apelando para seus sentidos, colocando esta bagunça toda com uma roupagem sugestiva. Persuasão pela imagem.

Economia

Que tal amadurecermos nossa percepção? Que tal fazermos como sugeriu o comercial do refrigerante Sprite e obedecer a nossa sede?

Vamos nos atentar ao fato de que imagem não é nada, sede é tudo.

Vamos esquecer esse mundo plástico e perfeito que nos tentam vender nas propagandas do governo, olhar a realidade e fugir do Estado que existe apenas nos intervalos do horário nobre da TV Globo.

O Paraná real está devendo mais de R$ 1,1 bilhão. Eles querem te convencer que a culpa não é deles, mas é — não se iluda.

O Paraná de verdade, que antes não tinha dinheiro para o combustível das viaturas, agora racionou até a ração dos cães da polícia.

O Paraná de verdade tem sede de obras e investimentos.

O Paraná plástico e asséptico que eles te vendem é o Paraná que aumentou a tarifa de luz e água.

O Paraná real tem hospitais abandonados pelo atual governador. O Paraná de mentira tenta privatizar a saúde.

O Paraná tem sede de educação. Temos sede por mais um governo que trabalhe e que se importe com nós. Queremos quem assuma seus problemas e os resolva.

O Paraná da propaganda, este que faz caquinha e sai culpando os outros, este Paraná, travestido de menino mimado, é caloteiro… Chega deste Paraná!

Para parafrasear e brincar com as palavras: Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? Você quer um Paraná que só funcione nas propagandas e nas matérias pagas ou você quer um Paraná que te traga saúde, segurança e educação? Obedeça a sua sede, Paraná!

*Requião Filho é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.

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