Coluna do Marcelo Araújo: Fruet ainda tem discurso sobre uso da bicicleta divorciado da prática

Marcelo Araújo, em sua coluna de hoje, afirma que o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, tem o discurso divorciado da prática quando o assunto é cicloativismo; "Curitiba carece um trabalho educativo e punitivo em favor do clicista e do pedestre", cobra o especialista em trânsito e multas; ele elogia, no entanto, a instalação de tapetes vermelhos! onde não existem semáforos; ao discorrer sobre as competências dos entes acerca da sinalização, colunista diz que bicicletas da Secretaria Municipal de Trânsito, que poderiam ajudar no trabalho, ou estão sucateadas ou foram roubadas; leia o texto.
Marcelo Araújo, em sua coluna de hoje, afirma que o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, tem o discurso divorciado da prática quando o assunto é cicloativismo; “Curitiba carece um trabalho educativo e punitivo em favor do clicista e do pedestre”, cobra o especialista em trânsito e multas; ele elogia, no entanto, a instalação de tapetes vermelhos! onde não existem semáforos; ao discorrer sobre as competências dos entes acerca da sinalização, colunista diz que bicicletas da Secretaria Municipal de Trânsito, que poderiam ajudar no trabalho, ou estão sucateadas ou foram roubadas; leia o texto.
Nos últimos dias a Ecovia recebeu duras críticas do cicloativismo por ter retirado placas que estavam na BR-277 e que alertavam a presença de ciclistas na rodovia. Independente da causa a ser defendida ou atacada, de ser educativa, moral e cívica, nesse caso a análise que precisa ser feita é quem pode implantar ou retirar a sinalização na via.

O Art. 24 do Código de Trânsito estabelece em seu inciso III que cabe ao órgão municipal sinalizar as vias sob sua responsabilidade, enquanto o Art. 21 do CTB em seu inciso III a mesma competência para o órgão rodoviário. Ou seja, ado…ado…ado…cada um no seu quadrado!

No caso concessionária sequer detém a prerrogativa de sinalizar ou mesmo intervir de qualquer forma na rodovia sem a anuência do órgão executivo rodoviário, além da ANTT, ambos gestores e fiscalizadores.

Por melhor que seja a intenção, a competência legal precisa ser respeitada. Imagine se daqui a pouco a Setran resolve sinalizar as ruas de São José dos Pinhais, de Araucária, se os agentes passarem a fiscalizar a BR-277, a Polícia Rodoviária Federal fiscalizar o cruzamento das Marechais no centro de Curitiba, etc.

De outro lado, agora em sua circunscrição, louvável a iniciativa da Setran ao anunciar que será dada ênfase à  orientação e fiscalização da preferência que deve ser conferida ao ciclista que esteja em sua faixa, e para isso “tapetes vermelhos” estão sendo implantados nos cruzamentos não sinalizados por semáforos, pois onde houver sinalização semafórica ela é prevalente.

A regra de fato se encontra no Art. 214 que estabelece que não dar preferência a pedestre e veículo não motorizado que se encontre em sua faixa constitui-se em infração gravíssima.

Economia

Curitiba carece um trabalho educativo e punitivo em favor do pedestre que se encontra sobre a faixa a exemplo do que já acontece em muitas cidades, lembrando que no caso da ciclofaixa a preferência não se daria apenas em cruzamentos, mas em qualquer trecho onde o veículo motorizado precisasse invadi-la.

Em compensação as bicicletas da Setran estão sucateadas ou foram roubadas. As bicicletas da Guarda Municipal com as quais se poderia fazer um ótimo trabalho em parques e em locais onde o uso de outros veículos não é adequado, inclusive o Twizy que nem homologado está, também estão abandonadas.

De multa eu entendo!

*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.

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