Bomba! Estudantes são torturadas na Venezuela; veja as fotos

O leitor não é obrigado a acreditar que as "minhas" fotos são verdadeiras e as dos golpistas são falsas, mas peço apenas uma coisa: pense; nada mais do que isso: apenas pense!
O leitor não é obrigado a acreditar que as “minhas” fotos são verdadeiras e as dos golpistas são falsas, mas peço apenas uma coisa: pense; nada mais do que isso: apenas pense!
Pego carona no excelente artigo do amigo Rodrigo Vianna, de São Paulo, acerca da guerra da informação que acontece na Venezuela e no Brasil, para mostrar fotos verdadeiras de como são tratados os manifestantes pela polícia de Nicolás Maduro.

Um pouco antes, à  tarde, eu repercuti aqui no blog que os “golpistas venezuelanos divulgaram fotos falsas nas redes sociais”. Eram imagens de outros países e de outros conflitos sangrentos. Tudo com apoio dos Estados Unidos.

O leitor não é obrigado a acreditar que as “minhas” fotos são verdadeiras e as dos golpistas são falsas, mas peço apenas uma coisa: pense; nada mais do que isso: apenas pense!

A seguir, leia o artigo “Brasil e Venezuela: a guerra da informação”, de Rodrigo Vianna, em seu blog:

por Rodrigo Vianna

São tristes, preocupantes, mas não chegam a surpreender as cenas de violência e confronto aberto na Venezuela. Nos últimos 6 anos, estive lá cinco vezes !“ sempre na função de jornalista. Há um clima permanente de conflagração.

Economia

As TVs privadas, com amplo apoio das classes médias e altas, tentaram dar um golpe em 2002 contra Hugo Chavez (sobre isso, há um documentário excelente !“ A Revolução Não Será Televisionada!). Chavez resistiu ao golpe com apoio dos pobres de Caracas !“ que desceram os morros para apoiá-lo !“ e de setores legalistas do Exército. Desde então, o chavismo se organizou mais, criou uma rede de TVs públicas para se contrapor ao terror midiático! (como dizem os chavistas), e se organizou no PSUV (ainda que o Partido Comunista, também chavista, tenha preferido manter sua autonomia organizacional).

à‰ preciso lembrar que TVs e revistas brasileiras (Globo e Veja) comemoraram o golpe contra Chavez em 2002 !“ e se deram mal porque ele voltou ao poder 2 dias depois.

Nas ruas de Caracas, ano a ano, só senti o clima piorar. Confronto permanente. Acompanhei na região de Altamira, em Caracas, o ódio da classe média pelos chavistas. Com a câmera ligada, eles não se atrevem a tanto, mas em conversas informais surgiam sempre termos racistas para se referir a Chavez !“ que tinha feições indígenas, mestiças, num país desde sempre dominado por uma elite (branca) que controlava o petróleo.

O chavismo tinha e tem muitos problemas: dependia excessivamente da figura do líder!, a gestão do Estado é defeituosa, há problemas concretos (coleta de lixo, segurança etc). Mas mesmo assim o chavismo significou tirar o petróleo das maõs da elite que quebrou o país nos anos 80. Além disso, enfrenta o boicote econômico permanente de uma burguesia que havia se apropriado da PDVSA (a gigante do Petróleo venezuelana).

O chavismo sobreviveu à  morte de Chavez. O chavismo, está claro, não é uma loucura populista! ou uma invenção castrista! !“ como querem fazer crer certos comentaristas na imprensa brasileira. O chavismo é o resultado de contradições e lutas concretas do povo venezuelano !“ lutas que agora seguem sob o comando de Nicolas Maduro, que evidentemente não tem o mesmo carisma do líder original.

Vejo muita gente dizer que o populismo! chavista quebrou a Venezuela. Esquecem-se que a economia venezuelana cambaleava muito antes de Chavez. Esquecem-se também que o tenente-coronel Hugo Chavez Frias não inventou a multidão nas ruas. A multidão é que inventou Chavez. A multidão precedeu Chavez. Em 89, o governo neoliberal de Andres Perez ameaçou subir as tarifas públicas !“ seguindo receituário do FMI. O povo foi pra rua, sem nenhuma liderança, no Caracazo (uma rebelião impressionante que tomou as ruas da capital).

O chavismo foi a resposta popular à  barbárie liberal, foi uma tentativa de dar forma a essa insatisfação diante do receituário que vinha do Norte. Os responsáveis pela barbárie liberal tentam agora retomar o poder !“ com apoio dos velhos sócios do Norte. E nada disso surpreende!¦

O que assusta é o nível dos comentários sobre a Venezuela nos portais de notícia brasileiros.

Há pouco, eu lia uma postagem do Opera Mundi! (sítio de esquerda, mas hospedado no UOL). Quem tiver estômago pode conferir as pérolas dos leitores!¦ Resumo abaixo algumas delas:

– A VENEZUELA SERà PALCO DA PRIMEIRA GUERRA CIVIL PLANEJADA PARA A TOMADA DO PODER COMUNISTA NA AMà‰RICA LATINA.!

– O chavismo conseguiu levar a Venezuela à  falência. Um país sem papel higiênico e muita lambança comunista para limpar.!

– Aquele pais virou um verdadeiro lixo, podia ser uma potencia de tanto petroleo que tem, mas o socialismo acabou com tudo. O que sobrou foi uma latrina gigante.!

– Vai morar na Venezuela então , por mim os venezuelanos tem que matar o maduro.!

– à‰ fácil quando a eleição é manipulada. Maduro ganhou pq roubou a eleição como foi comprovado.!

Envenenados pela Veja!, Globo! e seus colunistas amestrados, esses leitores são incapazes de pensar por conta própria. Repetem chavões anticomunistas, e seriam capazes de implorar pela invasão da Venezuela pelos EUA.

Desconhecem a história da Venezuela pré-Chavez!¦ Não sabem o que é a luta pela integração da América Latina !“ diariamente combatida pelos Estados Unidos.

Se Maduro sofrer um golpe, se os marines desembarcarem em Caracas, muitos brasileiros vão aplaudir e comemorar. Não são ricos, não são da elite!. São pobres. Miseráveis, na verdade. Indigentes em formação. Vítimas da maior máquina de desinformação montada no Brasil: o consórcio midiático (Globo/Veja/Folha e sócios minoritários) que Dilma pretende enfrentar na base do controle remoto!.

A América Latina pode virar, nos próximos anos, mais um laboratório das técnicas de ocupação imperialista adotadas no século XXI. Terror midiático, ataques generalizados à  política!, acompanhados de ações concretas de boicote e medo !“ sempre que isso for necessário.

Não é à  toa que movimentos anarquistas! e contra o poder! tenham se espalhado justamente pelos países que de alguma forma se opõem aos interesses dos Estados Unidos.

O imperialismo não explica, claro, todos os problemas de Venezuela, Brasil, Argentina. Temos nossas mazelas, nossa história de desigualdade e iniquidade. Mas o imperialismo explica sim as seguidas tentativas de bloquear o desenvolvimento independente de nossos países.

A morte de Vargas no Brasil em 1954, a derrubada de Jacobo Arbenz na Guatemala no mesmo ano, e depois a sequência de golpes no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile (anos 60 e 70) são exemplos desse bloqueio permanente. Não é teoria conspiratória!. à‰ a História, comprovada pelos documentos que mostram envolvimento direto da CIA e da Casa Branca nos golpes.

A Venezuela não precisou de golpes. Porque tinha uma elite absolutamente domesticada. Com Chavez, essa história mudou. A vitória de Chavez foi o começo da virada! na América do Sul.

Os Estados Unidos e seus sócios locais empreendem agora um violento contra-ataque. Na Venezuela, trava-se nas ruas um combate tão importante quanto o que se vai travar nas urnas brasileiras em outubro. Duas batalhas da mesma guerra. E pelo que vemos e lemos por aí, o terror midiático fez seu trabalho de forma eficiente: há milhares de latino-americanos dispostos a trabalhar a favor da reocupação!, da recolonização! de nossos países.

Por isso, essa é uma guerra que se trava nas ruas, nas urnas e também nos meio de Comunicação. Uma guerra pelo poder nunca deixa de ser também uma guerra pelos símbolos, uma guerra pela narrativa e pela informação.

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