Ex-agente que denunciou espionagem de Obama contra Dilma pede asilo ao Brasil

da Opera Mundi

Em carta, Snowden sinaliza que gostaria de morar no Brasil; ex-agente da CIA promete ajudar Brasil em investigações sobre espionagens ilegais dos EUA; nesta terça, no Senado, os presidentes das comissões de Assuntos Econômicos (CAE), Lindbergh Farias (PT-RJ), e de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defenderam a concessão de asilo político ao norte-americano.
Em carta, Snowden sinaliza que gostaria de morar no Brasil; ex-agente da CIA promete ajudar Brasil em investigações sobre espionagens ilegais dos EUA; nesta terça, no Senado, os presidentes das comissões de Assuntos Econômicos (CAE), (PT-RJ), e de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defenderam a concessão de asilo político ao norte-americano.
O ex-agente norte-americano Edward Snowden escreveu uma “carta aberta ao povo brasileiro” em que promete ajudar o país na investigação sobre o escândalo de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos). Desde junho, Snowden tem revelado parte dos programas da agência, que incluem uma coleta massiva de informações sem autorização judicial, incluindo o monitoramento de telefonemas e e-mails de líderes mundiais como a presidente Dilma Rousseff e alguns de seus assessores, e de empresas como a Petrobras.

A carta foi publicada na edição desta terça-feira (17/12) do jornal Folha de S.Paulo e, embora Snowden não mencione diretamente, dá a entender que pede asilo político permanente em troca da ajuda. Segundo o jornal, a promessa será enviada a autoridades brasileiras e fará parte de uma campanha online em um site especializado em petições. Essa campanha será liderada pelo brasileiro David Miranda, namorado de Glenn Greenwald, o jornalista norte-americano que recebeu parte das informações de Snowden e revelou o esquema de espionagem ao mundo.

“Esses programas nunca foram motivados pela luta contra o terrorismo: são motivados por espionagem econômica, controle social e manipulação diplomática. Pela busca de poder”, diz Snowden na carta, alertando para o fato que a espionagem sem critério “ameaça tornar-se o maior desafio aos direitos humanos de nossos tempos”.

A Folha afirma que, de acordo com relatos de Greenwald, Snowden quer vir ao Brasil de forma definitiva. Por isso, ele não se dirigiu diretamente à  presidente brasileira nem citou o termo asilo! no texto, para não causar problemas com o governo da Rússia, que lhe concedeu a permanência temporária no país no meio do ano.

Na carta, ele diz não se arrepender do que fez e alerta para os perigos das ações de espionagem norte-americanas. “Existe uma diferença enorme entre programas legais, espionagem legítima, atuação policial legítima – em que indivíduos são vigiados com base em suspeitas razoáveis, individualizadas – e esses programas de vigilância em massa para a formação de uma rede de informações, que colocam populações inteiras sob vigilância onipresente e salvam cópias de tudo para sempre”.

Ele lembra que recebeu pedido de ajuda de senadores brasileiros para auxiliar nas investigações “de crimes contra cidadãos brasileiros”, em referência à  CPI iniciada no Senado para investigar as intervenções da NSA no país. “Expressei minha disposição de auxiliar, quando isso for apropriado e legal, mas infelizmente o governo dos EUA vem trabalhando muito arduamente para limitar minha capacidade de fazê-lo”. “Até que um país conceda asilo permanente, o governo dos EUA vai continuar a interferir em minha capacidade de falar”, complementa.

Economia

Snowden já havia pedido asilo a vários países da América do Sul, tendo recebido a oferta formal de alguns deles, como a Venezuela. A Rússia lhe concedeu asilo temporário com a condição de que “não prejudicasse” os Estados Unidos.

Em junho, enquanto trabalhava em uma subsidiária da NSA em Hong Kong, ele interceptou cerca de 1,7 milhões de arquivos da agência, repassando uma parte deles para Greenwald, na época jornalista do diário inglês The Guardian e que vive no Rio de Janeiro.

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