O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) esteve nesta segunda (11), em Curitiba, na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), onde discorreu sobre a economia brasileira. O tucano aproveitou para elogiar o bom momento que o estado vive em função do pleno emprego. à‰ óbvio que sobrou alfinetada para o governo Dilma Rousseff (PT).
Se o Brasil crescesse no mesmo ritmo teria um cenário econômico muito melhor!, comparou Serra, que foi entusiasticamente aplaudido pelo governador Beto Richa (PSDB).
O diabo é que na prática o ex-governador paulista é algoz de todos os paranaenses. Ao invés das palmas, caberiam ensurdecedoras vaias. Mas seria esperar demais de uma organização (ACP) que é contra o feriado da Consciência Negra.
O correto seria as entidades produtivas e a Assembleia Legislativa aprovassem título a José Serra de “persona non grata” nas terras das araucárias pela explicação adiante.
Na Constituinte de 1988, o então deputado José Serra fez lobby para mudar a legislação que dispõe sobre a cobrança do ICMS sobre energia elétrica, petróleo e gás natural.
A legislação geral do ICMS estabelecia que o imposto deveria ser cobrado na origem, onde energia elétrica, petróleo e gás natural são produzidos. Mas a emenda constitucional do deputado José Serra abriu uma exceção, fixando que o imposto deveria ser cobrado no destino, onde esses produtos são consumidos.
Esta esperteza tributária, que quebrou os princípios do pacto federativo, foi feita sob medida para promover o desenvolvimento da indústria paulista e do vizinho estado de São Paulo, que não tinha energia na quantidade necessária para sustentar o seu crescimento.
Por causa do lobby do tucano Serra, que só pensou nos interesses de São Paulo, desde 1989, o Paraná perde, em média, R$ 1,5 bilhão por ano, em impostos que deixa de arrecadar. Desde que a lei foi aprovada, as perdas paranaenses já somam R$ 34,5 bilhões.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.