por Ricardo Mac Donald*
Nos últimos anos, Curitiba foi tomada por uma avalanche de fios caídos nas calçadas ou enroscados nos postes, num emaranhado de linhas que mais parecem um ninho de urubu. As pessoas acreditam que são restos de fios roubados ou caídos pela ação do vento, porém a responsabilidade é das operadoras de TV a cabo e de telefonia, que, em Curitiba, somam dezenove empresas.
A coisa funciona assim: as empresas contratam com a Copel o uso dos postes e se comprometem a seguir as normas técnicas, a identificar com plaquetas os fios colocados e a respeitar a altura mínima de cinco metros do chão.
Na prática, tudo é desobedecido. Além do mais, algumas empresas colocam postes clandestinos! e usam os postes de iluminação do anel central, o que é proibido.
A Administração Regional da Matriz, em apenas uma semana, levantou 205 irregularidades e pediu à Copel que notificasse as empresas. Além da notificação, a Copel determinou um prazo de 30 dias para que as empresas corrigissem os abusos.
Nada foi feito. Todas as empresas foram convocadas à Prefeitura, junto com a Copel e o Ministério Público para discutir o assunto. Dentro de 30 dias, será desenvolvido um projeto piloto de limpeza dos postes, a começar pelos da Avenida Visconde de Guarapuava e da Rua Carlos de Carvalho.
à‰ a última tentativa de composição amigável. Se não frutificar, iremos pelo caminho das multas !“ R$ 610,00 por poste e a remoção dos fios. Antes disso, as pessoas e empresas estabelecidas nas ruas serão alertadas sobre o risco de ficarem sem telefone fixo e TV a cabo.
Saliento a irresponsabilidade das empresas operadoras do sistema pela desobediência das regras e dos contratos, e pelo desrespeito para com a cidade. De um jeito ou de outro isso vai acabar, para que possamos andar com segurança e tranquilidade pelas ruas da nossa cidade.
*Ricardo Mac Donald Ghisi é advogado, secretário Municipal de Governo de Curitiba. Escreve à s sextas no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.