Coluna do Ricardo Gomyde: “Viva o Bom Senso Futebol Clube!”

Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, sai em defesa do "Bom Senso Futebol Clube", movimento nacional liderado por jogadores como Alex, do Coritiba, que exige calendário, fim de jornada exaustiva e direito a férias e descanso; diretor de Futebol do Ministério do Esporte relata que maratona de jogos imposta a atletas os expõem a constantes lesões; à€s vezes, o número de jogadores no departamento médico é similar a quem pode entrar em campo!, escreve; falta de calendário da CBF, segundo o colunista, atinge cerca de 800 clubes profissionais no Brasil; são 20 na primeira divisão; vinte na segunda e o mesmo na terceira; quarenta na quarta; 700 restantes, que não são de elite, não tem o que fazer, pois ficam o segundo semestre todo parados; leia o texto.
Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, sai em defesa do “Bom Senso Futebol Clube”, movimento nacional liderado por jogadores como Alex, do Coritiba, que exige calendário, fim de jornada exaustiva e direito a férias e descanso; diretor de Futebol do Ministério do Esporte relata que maratona de jogos imposta a atletas os expõem a constantes lesões; à€s vezes, o número de jogadores no departamento médico é similar a quem pode entrar em campo!, escreve; falta de calendário da CBF, segundo o colunista, atinge cerca de 800 clubes profissionais no Brasil; são 20 na primeira divisão; vinte na segunda e o mesmo na terceira; quarenta na quarta; 700 restantes, que não são de elite, não tem o que fazer, pois ficam o segundo semestre todo parados; leia o texto.
por Ricardo Gomyde*

A negociação que os atletas do Bom Senso FC iniciaram com a CBF para melhorar o calendário do futebol brasileiro não é só oportuna como também urgente. Vejo com muito bons olhos esse movimento e apoio a revisão da maratona de jogos que os clubes maiores disputam ao longo do ano. E nesse processo, a liderança de profissionais do gabarito do Alex, com sua carreira irretocável e gloriosa, tem sido indispensável. Tenho mantido conversas com os principais líderes do movimento para reforçar o nosso apoio a essa luta.

Jogar além do recomendável é bastante prejudicial para toda a engrenagem do futebol. Os jogadores são sacrificados com uma sequência de lesões que os prejudica não só como seres humanos, submetidos a jornadas exaustivas, como também afetam o desempenho profissional.

Os grandes clubes brasileiros jogam mais partidas ao longo do ano que os grandes clubes europeus.

Falta tempo para as férias e para a pré-temporada que recompõe o condicionamento físico dos atletas. à€s vezes, o número de jogadores no departamento médico é similar a quem pode entrar em campo. Outro efeito nocivo do calendário asfixiante é a impossibilidade de os times excursionarem ao exterior, uma tradição que praticamente acabou, em prejuízo não só das finanças dos clubes como da projeção do futebol brasileiro no cenário internacional.

Por outro lado, é preciso tomar muito cuidado com algo importantíssimo para a sobrevivência do futebol brasileiro: não podemos tornar os estaduais os vilões do debate. Eles não são. Mas suas fórmulas de disputas sim.

Economia

A imensa maioria dos times praticamente não tem calendário. Eles têm três, quatro meses de atividade e nada mais. Cerca de 90% dos clubes brasileiros não são de elite e ficam o segundo semestre todo parado. Temos cerca de 800 clubes profissionais no Brasil. 20 na primeira divisão. Mais vinte na segunda e o mesmo na terceira. E quarenta na quarta. E os outros 700?

Por isso, é preciso ter bom senso também com os clubes pequenos. Eles precisam ser contemplados nas negociações de um novo calendário.

Fato é que o movimento trazido por Alex e tantos outros jogadores colocou o país para pensar este tema. Alvíssaras surgirão. Viva o Bom Senso!

*Ricardo Gomyde, diretor de Futebol do Ministério do Esporte, especialista em políticas de inclusão social, é membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.

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