Coluna do Maurício Requião: “Essa velha mídia mentirosa e esses jornalistas mimados…”

Maurício Requião, em sua coluna desta quinta, detona jornalistas e a velha mídia; "Não podemos deixar que o manto da liberdade de imprensa seja usado para encobrir erros, inverdades, para defender o indefensável", opina o colunista, ao referir-se à  arrogância de jornalões, que, segundo ele, em busca de um "furo" jornalístico, inventam, distorcem, achincalham honras, enfim, mentem; "O cobertor é curto e com a internet livre, cada vez mais, quando se cobre a cabeça se descobre o pé", defende; leia o texto.
Maurício Requião, em sua coluna desta quinta, detona jornalistas e a velha mídia; “Não podemos deixar que o manto da liberdade de imprensa seja usado para encobrir erros, inverdades, para defender o indefensável”, opina o colunista, ao referir-se à  arrogância de jornalões, que, segundo ele, em busca de um “furo” jornalístico, inventam, distorcem, achincalham honras, enfim, mentem; “O cobertor é curto e com a internet livre, cada vez mais, quando se cobre a cabeça se descobre o pé”, defende; leia o texto.
por Maurício Requião*

Todos nós temos entre nossos conhecidos aquele casal que têm um filho(a) mimado(a). A criança é o orgulho dos pais, estes não param de alardear aos quatro ventos como ele é especial. Tudo o que você vê é um pirralho manhoso cheio de manias que se não consegue o que quer, na hora que quer, do jeito que quer, se joga no chão, se debate, grita, chora, e só cessa com isso quando os pais atendem seus anseios.

Tenho certeza que você leitor visualizou a cena. Vejo em você aquela cumplicidade de quem já passou por isto.

Com essa imagem e essa situação impressa em sua memória vamos ao texto. Os pseudojornalistas do meu Brasil.

O Brasil veio de uma ditadura, veio de um tempo de repressão, de perseguição política. Tempo que criou figuras obscuras e criou heróis. Eu não participei disto, conheço de perto quem participou, quem lutou contra a ditadura, quem se auto exilou em algum país com bons vinhos e quem nada fez. Conheço também quem aderiu.

Este período no qual as pessoas perderam suas vidas atrás de um ideal, atrás da liberdade, da democracia, do direito de expressão, deixou marcas indeléveis na nossa história. As conquistas do povo que lutou não podem jamais ser minimizadas. Uma das que os nossos jornalistas mais têm orgulho é a liberdade de imprensa.

Economia

A liberdade de imprensa é algo que jamais deverá ser tolhido, porém jamais deveria ter sido distorcido. Virou escudo e desculpa para tudo e qualquer coisa que a mídia produza.

As minisséries da TV fizeram muito sucesso mostrando repórteres destemidos e desbocados que faziam de tudo para conseguir uma história, este personagem é alter ego de alguns comentaristas políticos. Vale tudo para conseguir um furo, vale tudo para conseguir uma frase bombástica, vale tudo mesmo. Vale o desrespeito, vale o deboche, vale a falta de educação, e principalmente, vale a mentira. Fazem tudo isso como fazem os meninos mimados, que ao levarem um pito, tomarem uma bronca, ou ao mais leve indício de um corretivo correm para a saia da mãe, choram esperneiam e gritam.

Os ancoras dos jornalões, com seus berros, assustam a classe política que se retrai, e os mimados não aprendem a lição. Todos à  sua volta sabem que o comportamento foi desmedido, merecedor de reprimendas, mas se os pais! nada fazem… quem somos nós? E assim os mimados só aumentam suas malcriações de maneira exponencial.

Não podemos deixar que o manto da liberdade de imprensa seja usado para encobrir erros, inverdades, para defender o indefensável.

O cobertor é curto e com a internet livre cada vez mais quando se cobre a cabeça se descobre o pé.

Todos criticam veladamente o pai da criança mimada. Ninguém faz nada para corrigir. Quase ninguém! Vamos lá, você que não aguenta mais a imprensa que se esconde atrás da sua liberdade para difamar, escrachar, tentar convencer e abusar do sensacionalismo, explorando tragédias atrás de ibope: revolte-se. Passe você também um pito nos meninos mimados. Valorize as pessoas sérias, descarte os que vivem de molecagem.

Você, jornalista, fique indignado e defenda o bom jornalismo.

*Maurício Requião é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.

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