Velha mídia aposta em asilo político de Dirceu em Cuba ou Venezuela

do Brasil 247

Embora tenha recebido conselhos para se abrigar nas embaixadas dos países comandados por Raúl Castro e Nicolas Maduro, com quem mantém boas relações, o ex-ministro José Dirceu afirmou que não pretende criar um embaraço diplomático para a presidente Dilma.
Embora tenha recebido conselhos para se abrigar nas embaixadas dos países comandados por Raúl Castro e Nicolas Maduro, com quem mantém boas relações, o ex-ministro José Dirceu afirmou que não pretende criar um embaraço diplomático para a presidente Dilma.
A poucas horas de uma eventual prisão, o ex-ministro José Dirceu foi aconselhado a se refugiar em embaixadas de países com os quais mantém boas relações, mas rechaçou a ideia. à‰ o que informa Mônica Bergamo, na Folha:

ÚLTIMO ATO

José Dirceu convocará entrevista coletiva ainda hoje caso o STF (Supremo Tribunal Federal) chegue ao fim do julgamento do mensalão. Vai centrar energia no argumento de que não houve dinheiro público no escândalo.

O REALISTA
Embora nem mesmo ministros do STF arrisquem o placar da votação dos embargos infringentes, que, se aceitos, poderiam reabrir parte do julgamento, adiando o seu final, Dirceu trabalha com o pior cenário: 8 a 3 contra ele, ou até 9 a 2. O placar pode sair hoje ou na próxima quarta-feira.

O OTIMISTA
Já Lula tem manifestado a esperança de que os infringentes serão aceitos. “Ele não sofre de véspera”, diz interlocutor do ex-presidente.

CONSELHO
Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação de Lula, teve longa conversa com Dirceu há alguns dias, na casa do petista, em SP.

Economia

PEPINO
Há alguns meses, Dirceu recebeu conselhos para que pedisse asilo a Cuba ou à  Venezuela. Apresentou na época os argumentos contrários: a iniciativa criaria problema diplomático grave para esses países, que querem tudo menos se indispor com o Brasil. E também para Dilma Rousseff, a quem caberia dar o salvo-conduto para que ele saísse do país.

REVISàƒO
Dirceu tem dito que, mesmo com a prisão decretada, escreverá um “livro branco” sobre o julgamento, apontando incongruências do STF. Há a ideia também de, daqui a alguns anos, fazer um júri simulado.

No entanto, outro colunista do jornal, Rogerio Gentile, alerta para uma eventual surpresa. Leia abaixo:

Olho vivo

SàƒO PAULO – à‰ possível que o STF determine, nas próximas horas ou dias, a prisão de José Dirceu e dos seus companheiros de mensalão. Mas o julgamento mais importante da história do Brasil ainda pode acabar como “piada de salão”, como profetizou, anos atrás, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.

Dirceu e colegas de partido planejam fazer um discurso após a definição sobre a ordem de prisão, dizendo-se vítimas de perseguição política –como se estivessem em plena ditadura ou sendo julgados por uma corte de exceção. à‰ o que os advogados chamam jocosamente de “jus esperneandi” ou “direito de espernear”.

Articula-se, inclusive, a realização de atos de desagravo à  turma pelo país, se é que os mensaleiros conseguirão reunir mais do que algumas dezenas de incautos dispostos a ampará-los publicamente. Lula e Dilma, com certeza, não estarão entre eles.

Aliás, não é preciso lembrar a ninguém que o PT está há dez anos no comando do país e que os dois presidentes citados indicaram a maioria dos ministros que participam do julgamento no Supremo –Joaquim Barbosa, inclusive.

Tampouco é segredo que um deles, José Antonio Dias Toffoli, não apenas foi advogado de campanhas de Lula como assessorou Dirceu na Casa Civil. E nem assim se considerou impedido de julgar o ex-chefe. Perseguição política?

Mas, em se tratando de Dirceu, é melhor ficar atento. O petista tem uma biografia intensa e espetaculosa. Foi um dos líderes estudantis presos no famoso congresso de Ibiúna, fez treinamento guerrilheiro em Cuba, viveu clandestinamente no interior do Brasil após fazer uma plástica que alterou seu rosto, participou da fundação do PT e tornou-se o homem mais forte do governo Lula até cair com o escândalo do mensalão.

Não seria por falta de audácia que o ex-ministro deixaria de pedir asilo político a alguma embaixada latino-americana.

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