Sete de setembro com protestos em todo o país, mas relativamente calmo

com informações do Brasil 247

Depois de conflito e prisões no Rio, onde o desfile cívico-militar foi invadido por manifestantes, outras capitais entram em estado de alerta; em São Paulo, Grito dos Excluídos reúne 4 mil e Black Blocs se concentram no vão do Masp, vigiados por forte esquema policial; em Curitiba, o movimento se resumiu em pedido de voto aberto no Congresso; em Maceió, protesto bloqueou pista das tropas e o desfile foi cancelado; em Brasília, apesar do forte esquema de segurança, houve depredações de lojas; passeata segue para o Estádio Mané Garrincha, onde o Brasil joga com a Austrália à s 16h15; no geral, os mascarados amarelaram em todo o país; confira informações sobre outras cidades.
Depois de conflito e prisões no Rio, onde o desfile cívico-militar foi invadido por manifestantes, outras capitais entram em estado de alerta; em São Paulo, Grito dos Excluídos reúne 4 mil e Black Blocs se concentram no vão do Masp, vigiados por forte esquema policial; em Curitiba, o movimento se resumiu em pedido de voto aberto no Congresso; em Maceió, protesto bloqueou pista das tropas e o desfile foi cancelado; em Brasília, apesar do forte esquema de segurança, houve depredações de lojas; passeata segue para o Estádio Mané Garrincha, onde o Brasil joga com a Austrália à s 16h15; no geral, os mascarados amarelaram em todo o país; confira informações sobre outras cidades.
O feriado de Sete de Setembro está sendo tomado por manifestações populares em todo o País neste sábado. Alguns atos, como no Rio de Janeiro, acabaram em confronto com a polícia, correria e prisões. Sete pessoas foram detidas e o desfile cívico-militar foi invadido pelos manifestantes na capital fluminense.

Os confrontos deixaram outras cidades em alerta. Em São Paulo, o desfile ocorreu com tranquilidade e as manifestações têm sido pacíficas. Já em Maceió, o Grito dos Excluídos bloqueou a pista onde passariam as tropas e o desfile foi cancelado. Em Brasília, apesar do forte esquema de segurança, houve depredações de lojas. São esperadas na capital federal 50 mil pessoas em protestos.

Depois de se concentrar na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, a passeata segue neste momento para o Estádio Mané Garrincha, onde a seleção brasileira jogará com a Austrália à s 16h15. Um cordão formado por policiais tentará impedir a entrada de manifestantes no local.

Confira abaixo reportagens da Agência Brasil sobre cada cidade:

Protesto no Rio tem confronto e prisões

Uma confusão voltou a ocorrer em frente ao palanque oficial das autoridades em frente ao prédio do Comando Militar do Leste (CML), na Avenida Presidente Vargas, na área central da cidade. Houve tumulto e muita correria dos manifestantes que participavam do Grupo dos Excluídos.

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A maior tensão ocorria sempre que os manifestantes usando mochilas eram revistados pela polícia. As abordagens eram sempre acompanhadas por advogados do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, que acompanham a passeata, para que não haja excessos dos militares.

Os integrantes do Black Bloc jogaram pedras nos policiais militares do Batalhão de Choque da PM, no momento em que foram impedidos de atravessar a pista, em frente à  sede do CML. A polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo.

As grades que separavam o público da pista lateral para a central da Presidente Vargas, onde ocorreu o desfile da Independência, foram retiradas pela polícia para formar barreiras e evitar que os manifestantes seguissem para o palanque montado em frente ao comando do Exército.

Dezenas de carros da Tropa de Choque da PM estão posicionadas em frente ao palanque central. A confusão começou com os manifestantes dos black blocs, que estavam no final do protesto. Eles começaram a atirar garrafas de água, copos e pedras contra os militares. Os policiais jogaram bombas de efeito moral e houve correria.

No momento, a situação voltou ao normal e os integrantes da passeata do Grito dos Excluídos seguem pacificamente em direção à  Central do Brasil.

Mais cedo, por medida de segurança, os acessos à s estações do Metrô da Central do Brasil e Rua Uruguaiana foram fechadas ao público. Devido à  confusão, quatro pessoas foram socorridas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. Duas foram feridas por balas de borracha, uma por estilhaços de bomba de efeito moral e a senhora Nair Rosa, de 69 anos, que caiu da arquibancada na hora da confusão e passou mal com pressão alta. Ela foi medicada e já foi liberada do hospital.

Protesto pediu voto aberto no Congresso Nacional

Em Curitiba, o movimento se resumiu em pedido de voto aberto no Congresso. Cerca de cem manifestantes fizeram uma passeata na Rua XV de Novembro, rumo à  Boca Maldita, Centro, sob forte vigilância do batalhão de choque da Polícia Militar. Até à s 12h45, 26 manifestantes tinham sido encaminhados ao Centro de Triagem da Polícia Civil (clique aqui para assistir ao vídeo).

Grito dos Excluídos reúne 4 mil em São Paulo

Uma das pautas do Grito dos Excluídos no protesto de hoje (7) é a violência na periferia. Para os representantes do grupo, o que acontece atualmente pode ser classificado como “extermínio” da juventude brasileira, principalmente dos negros. No Parque do Ibirapuera, onde cerca de 4 mil manifestantes realizam um ato, está sendo distribuído um panfleto condenando esse tipo de ação.

“Há um tema gravíssimo que temos que resolver já: a violência policial contra os jovens. Hoje temos um instrumento que encobre essa violência, que é o chamado auto de resistência. à‰ por meio dele que o policial mata o jovem e depois diz que foi porque teve resistência. Nós estamos tentando aprovar no Congresso Nacional uma lei que investigue quando há auto de resistência”, disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Com relação ao Programa Mais Médicos, os manifestantes avaliam que os profissionais que chegaram no Brasil nos últimos dias são muito bem-vindos, porque vão garantir acesso à  saúde e aos cuidados básicos para a população mais carente.

“Infelizmente, mesmo pagando, os médicos brasileiros se recusam a ir para a periferia. O programa nacionalizou o debate do acesso à  saúde e estabeleceu uma agenda com a solidariedade de diversos países, especialmente com Cuba. A gente condena e repudia o preconceito com que os médicos cubanos foram tratados por um conjunto de profissionais liderados por setores dos conselhos regionais de medicina. Esses médicos estrangeiros serão muito bem-vindos”, avalia Benedito Roberto Barbosa, diretor da Central de Movimentos Populares.

Polícia consegue dispersar manifestantes que tentam acessar Mané Garrincha

A Polícia Militar do Distrito Federal conseguiu dispersar os manifestantes que tentavam chegar ao Estádio Nacional Mané Garrincha. Os policiais usaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, e o grupo se dividiu por várias vias da área central de Brasília.

O grupo tenta se unir de novo, mas a polícia cerca os manifestantes e usa ainda balas de borracha. Mais cedo, os manifestantes atiraram pedras contra o prédio da TV Globo que fica no local e atingiram um carro, mas ninguém se feriu.

Antes, quando o grupo saía da Esplanada dos Ministérios a caminho do estádio, em uma das vias de acesso, em frente à  Rede Globo, houve confronto. Alguns manifestantes jogaram pedra no prédio da emissora e a polícia respondeu com duas bombas de efeito moral e uma de gás lacrimogêneo.

Segundo Gladstone Leonel, do Levante Popular da Juventude, ações como a proibição do uso de máscaras mostram a intenção de reprimir as manifestações. Ele observou que a manifestação na Esplanada dos Ministérios, de manhã, poderia ter sido maior. A Polícia Militar (PM) teria atrasado a chegada de veículos que transportavam manifestantes das cidades satélites.

A PM confirma, por meio da assessoria, que caminhões e carros pequenos foram parados na Estrada Parque Taguatinga-Guará e na Estrutural, para averiguar se levavam pneus, madeira ou pedras para as manifestações, mas não confirma se ônibus também foram parados.

Leonel espera que o movimento ganhe mais volume agora tarde, antes do jogo entre o Brasil e a Austrália. Cerca de 500 policiais já aguardam no local. A cavalaria segue também para a frente do estádio.

Mascarados foram detidos em Fortaleza

Trinta pessoas que participavam de manifestações em Fortaleza foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto. Os detidos também estavam com pedras, bolas de gude, estilingues e pregos, que foram retidos na delegacia para encaminhamento à  Justiça.

Nenhum portava documento de identificação. Segundo a Polícia Militar (PM), são esperadas 20 mil pessoas nos protestos em Fortaleza. Nas páginas de redes sociais na internet, mais de 10 mil pessoas haviam confirmado presença até ontem (6).

De acordo com o comandante da operação de segurança na capital cearense, Túlio Studart, os encaminhamentos à  delegacia foram feitos em cumprimento a uma medida cautelar, expedida pelo Ministério Público, que autoriza policiais militares e civis a abordarem manifestantes que estejam com o rosto coberto. A medida também permite a detenção das pessoas sem identificação para que isso seja feito.

Segundo Studart, todos manifestantes já foram identificados e liberados. Um efetivo de 900 PMs está distribuído nos possíveis locais de manifestações, como no Dragão do Mar, na Assembleia Legislativa, no Palácio de Iracema e na Praça da Abolição.

“Estamos aqui para dar segurança a todos, principalmente aos manifestantes e à s pessoas que irão sair à s ruas pacificamente. Elas estão exercendo o seu direito à  cidadania”, disse o comandante.

Manifestações marcam desfile em Porto Alegre

Em Porto Alegre, o desfile de 7 de Setembro foi marcado por manifestações. Por volta das 11h, um grupo de pessoas usando máscaras foi cercado por barreiras policiais que faziam um cordão de isolamento na Avenida Loureiro da Silva, na zona central da cidade.

Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores também protestaram, carregando faixas e cartazes por melhorias no país. Três manifestantes foram detidos na Avenida João Pessoa, portando facas.

Cerca de 10 mil pessoas acompanharam o desfile de representantes do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, das polícias Civil e Militar, e do Corpo de Bombeiros, além de alunos de escolas municipais e estaduais.

Também houve manifestação na Ponte de Pedra, próximo ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, na Avenida Borges de Medeiros, no centro. Na capital, as atividades cívicas serão encerradas à s 17h.

Desfile de 7 de Setembro ocorre com tranquilidade em São Luís

Aproximadamente 8 mil pessoas assistiram ao desfile de 7 de Setembro na capital do Maranhão. De acordo com a Polícia Militar (PM), o número foi bastante reduzido em comparação ao ano passado quando mais de 15 mil pessoas assistiram à s comemorações. Tropas da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, ex-combatentes, alunos de colégios militares e entidades civis passaram pela Avenida Vitorino Freire, uma das principais de São Luís, onde tradicionalmente ocorrem os desfiles.

Este ano, 800 homens da Guarda Municipal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, além da PM não participaram do desfile. A ordem foi que todo o efetivo ficasse de prontidão caso houvesse manifestação e também para evitar crimes e atos de vandalismo neste feriado. Homens disfarçados do Exército e da PM trabalharam no desfile, mas nenhum incidente foi registrado.

Outras cidades

No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini não compareceu ao desfile cívico para evitar um confronto direto com os manifestantes. O secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha, está representando o governo do estado.

Em Belo Horizonte, as manifestações também já começaram. Neste momento, o movimento Grito dos Excluídos, ligado à  Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), percorre as ruas da cidade. Também na capital mineira, os estudantes de colégios militares foram dispensados de participar do desfile cívico devido à  possibilidade de confrontos durante as manifestações.

Em Maceió, uma confusão marcou o desfile. Durante a apresentação, manifestantes invadiram a avenida, o que atrapalhou o trajeto (leia mais aqui).

Em Goiânia, cerca de 300 pessoas estão reunidas no centro da cidade, em um protesto pacífico. Os policiais abordaram um jovem que estava com o rosto coberto e, por questões de segurança, recolheram a máscara.

Na capital pernambucana, um grupo chamado Frente de Ativismo, Recife Criativo promete ir à s ruas de bicicleta e sem roupa. No perfil de uma rede social, o grupo convida a população para ir para à s ruas e destaca que o “manifesto pelado”, como está sendo chamado, é uma “forma de promover a reflexão crítica sobre os comportamentos da sociedade, evidenciando a hipocrisia social que se escandaliza com a nudez, mas que naturaliza a miséria e a exploração”.

O secretário estadual de Defesa Social, Wilson Damásio, determinou que os ativistas sejam presos por atentado ao pudor, caso, de fato, desfilem nus. Na capital, também estão programados o Grito dos Excluídos e uma caminhada.

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