Coluna do Ricardo Mac Donald: “Automóvel como expressão máxima do consumismo e do individualismo”

Ricardo Mac Donald: Aceitei com prazer escrever semanalmente neste espaço, convencido pelo nosso Esmael, da diversidade do projeto, pois ele pega um polaco de cada colônia! para manifestar a sua opinião. Colaborarei, dentro dos meus estreitos limites, e dou as boas vindas aos demais.
Ricardo Mac Donald: Aceitei com prazer escrever semanalmente neste espaço, convencido pelo nosso Esmael, da diversidade do projeto, pois ele pega um polaco de cada colônia! para manifestar a sua opinião. Colaborarei, dentro dos meus estreitos limites, e dou as boas vindas aos demais.
por Ricardo Ghisi Mac Donald*

Hoje, cada vez mais, a questão da Mobilidade assume o palco central de qualquer cidade grande, trazendo com ela dois pontos fundamentais: trânsito e transporte público.

Não erra quem diz que, se a cidade se assemelhasse ao corpo humano, as ruas seriam as veias que garantem a vida. Elas necessitam estar livres e operando perfeitamente para garantir o transporte de trabalhadores e mercadorias dentro do espaço urbano.

As cidades que possuem um excelente sistema de transporte público e um trânsito com fluidez são as que mais atraem comércio, serviços e indústria; enquanto as deficitárias perdem investimentos e, com isso, perdem também boa parte da sua população qualificada. Apenas para citar um exemplo: Dubai, que está fora do eixo do primeiro mundo, aprendeu a lição e transformou o deserto em um grande HUB mundial.

Todas as grandes cidades gastam milhões e milhões para não deixar esse fluxo vital congestionado. Se examinarmos seus orçamentos, os gastos com mobilidade estão em destaque. Lyon, na França, cidade com 1,3 milhão de habitantes, estará investindo, nos próximos 10 anos, 1 bilhão de euros no seu transporte público !“ que já é muito bom.

No Brasil, já perdemos, em meados do século passado, a batalha das ferrovias, e continuamos, ainda hoje, privilegiando o transporte individual. Não é a toa que perdemos, nos últimos dez anos, cerca de 20% dos passageiros. Estudo do IPEA demonstra que, em 12 anos, o transporte público teve alta de 192%, enquanto os custos para manter um automóvel subiram 44%. Assim, as passagens subiram 67% acima da inflação do período (IPCA 125%) e o transporte individual subiu três vezes menos.

Economia

Com o estímulo do governo, virou sonho de consumo da classe média ascendente a compra de um carro ou de uma moto. Muitas vezes, quem tem um carro quer dois, e assim por diante, caracterizando um consumismo excessivo e opção pelo transporte individual.

Estamos caminhando na contramão da história. E Curitiba se inclui nisso. Nossas ruas recebem 40 mil veículos novos por ano; já temos 1 automóvel para cada 1,3 habitante, e está previsto chegarmos a 2020 com um veículo por habitante.

Quem lembra como era Curitiba há 20 anos, quando praticamente não tínhamos congestionamentos?

Está aí, resumidamente, o quadro para discutirmos o que fazer para solucionar os problemas de mobilidade urbana em Curitiba. Aguardo você, leitor, na próxima sexta-feira, quando detalharemos, nesta coluna, a questão.

Nota:

Aceitei com prazer escrever semanalmente neste espaço, convencido pelo nosso Esmael, da diversidade do projeto, pois ele pega um polaco de cada colônia! para manifestar a sua opinião. Colaborarei, dentro dos meus estreitos limites, e dou as boas vindas aos demais.

*Ricardo Ghisi Mac Donald é advogado, secretário Municipal de Governo de Curitiba. Escreve à s sextas no Blog do Esmael.

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