Por unanimidade, a Câmara Federal aprovou com 452 votos o fim o voto secreto em todos os tipos de votação. Até aí tudo, se não fosse a maneira, o método, que a Casa se curvou esta noite à pressão da velha mídia e do Supremo Tribunal Federal (STF), que agem em conluio, para diminuir o papel do parlamento e dos partidos no cenário político brasileiro.
Na última quarta (28), a Câmara livrou o deputado federal Natan Donadon (sem partido) da cassação de mandato. Ele foi condenado pelo STF a 13 anos e 4 meses de prisão. O parlamentar terá de ficar mais de 26 meses em regime fechado, no mínimo, enquanto tem só 17 meses de mandato.
Ontem (2), o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, suspendeu via liminar (decisão provisória) a sessão que preservava o mandado de Donadon.
O deputado presidiário, nesse debate, ganha menor importância diante da curvatura da vértebra do Congresso Nacional. Não é a primeira vez que o parlamento brasileiro se ajoelha diante da Corte, cedendo-lhe a prerrogativa de cassar mandatos eletivos.
A Câmara quis ser marota ao livrar Donadon. Não teve coragem de debater, de chamar a coisa “prerrogativa” pelo próprio nome, fez molecagem, por isso se humilha publicamente.
Da forma que cedeu, envergonhado, o legislativo contribuiu para o retrocesso democrático do país.
Esse Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, é muito pior do que encomenda. Não tem capacidade política ou intelectual de sustentar um bom debate. No interior do Paraná ele seria considerado um cagão!. Que bom que tem o rodízio naquela Casa.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.