do Brasil 247
Foi um grande feriado de 7 de Setembro de sol e agitação pelo Brasil. Mas bom para quem, exatamente? Cercado por um contexto político específico neste 2013, o Dia da Independência encerrava projeções de manifestações de massa e protestos em todo o País. Não foi divulgada, anteriormente, nenhuma bandeira de ordem específica para unir, como nos protestos de junho, as massas contra um objetivo. Naquele momento, o aumento nas tarifas de transportes urbanos. Agora, o que?
Pelo que se viu, nada. As massas simplesmente não saíram de casa ou foram fazer outra coisa, mas, ainda assim, houve um show para os fotógrafos. Graças à s minorias identificadas como Black Blocs, incidentes de depredações e conflitos com a polícia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió foram as únicas ocorrências do dia. Quatro dezenas de prisões em Brasília e cerca de 20 no Rio de Janeiro foram registradas. Ocorreram, igualmente, dezenas de liberações imediatas. Nenhuma ocorrência grave.
E, sim, a presidente Dilma Rousseff conseguiu fazer com tranquilidade o desfile do Dia da Pátria, diante das tropas militares, em Brasília, e, em seguida, no alto da Esplanada dos Ministérios, a Seleção Brasileira, no estádio Mané Garrincha, goleou a da Austrália por 6 a 0, numa amistoso que veio a calhar.
O 7 de Setembro foi em tudo favorável ao governo. A falta de uma bandeira de ordem unitária, capaz de mobilizar os estudantes, ao menos, quanto mais outras camadas da sociedade proporcionou, na prática, a data aos grupos dispersos unidos pela marca de Black Blocs. Esses, como já se viu, gostam de quebrar vidraças, tem a simpatia de Caetano Veloso e afugentam as massas das ruas como ninguém.
O estádio Mané Garricha, já motivo de orgulho para a população da cidade, tornou-se um alvo para centenas de manifestantes. Isso afastou o público, mas não impediu o time do camisa 10 Neymar dar um show de bola, marcando 6 a 0 contra a equipe da Austrália. O craque que agora pertence ao Barcelona fez o terceiro e participou de todos os outros cinco. Também ganhou a tarde.
Na prática, mostrou-se neste 7 de setembro que o ciclo de protestos iniciado em junho se estressou agora. Acabou. O governo pode ser o protagonista do novo ciclo. Do jeito que estão as “ruas”, bom está para os repórteres-fotográficos apenas:
Abaixo, cenas do Dia da Pátria:
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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