Tacitamente, o jornal Gazeta do Povo, do grupo RPC, entrou na campanha do advogado, professor e blogueiro Tarso Cabral Violin ao cargo de conselheiro ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Para despistar a preferência pelo moço o jornalão aponta os deputados Fábio Camargo (PTB) e Plauto Miró (DEM) como favoritos, já que o colégio eleitoral é formado por 54 parlamentares. Entretanto, os donos do poderoso grupo de comunicação tem feito sistemática campanha nos jornais, rádios e tevês que dominam contra a eleição de um político na vaga deixada pelo conselheiro Hermas Brandão, aposentado compulsoriamente em maio, e a favor de um “técnico” para o cargo.
“Eu agradeço esse apoio tácito da Gazeta do Povo, mesmo não concordando com sua linha editorial. à‰ verdade, o Tribunal precisa alguém com o perfil técnico como o meu”, disse Tarso.
Para corroborar essa tese “antipolítico”, a edição da Gazeta nesta terça-feira 2 estampou em sua manchete que “CNJ investiga suspeita de tráfico de influência na eleição do TC-PR”. Na prática, atira na cabeça de Fábio Camargo, filho do presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), Clayton Camargo.
O jornal afirma que o pai do deputado tem praticado tráfico de influência no processo de escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TCE).
O deputado petebista, por sua vez, desconfia que a inscrição de 45 nomes para disputar o TCE tem o dedo do grupo RPC. Essa seria uma estratégia, imagina Camargo, para postergar a eleição na Assembleia.
Se a comissão de deputados sabatinar todos os postulantes à cadeira de conselheiro, provavelmente, o processo se encerrará entre final e agosto e início de setembro. Nesse caso, o tempo é inimigo do filho do presidente do TJ porque seus adversários o utilizam para desgastá-lo.
Por outro lado, os deputados têm como segunda opção o colega Plauto Miró (DEM) que pode em conluio com a RPC abrir mão da disputa em favor do professor Tarso Cabral Violin, que parte com sete votos da bancada petista.
O candidato preferido da Gazeta adianta que vai buscar o apoio do senador Roberto Requião (PMDB), ex-senador Osmar Dias e do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, ambos do PDT.
Em jogo, além de poder político, está um salário vitalício de R$ 25 mil.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.