Eu sempre defendi a extinção desses tribunais intermediários — como o de Contas e Eleitoral — que custam os tubos e apresentam pouca lisura e resultado duvidoso. Também sou contra a campanha que a Gazeta do Povo faz contra políticos. A última foi mais um ato de despolitização para resolver seu problema umbilical, de interesse familiar e econômico.
Infelizmente, queiramos ou não, o parlamento é o exato espelho da sociedade. Os deputados são eleitos pelo voto democrático (não entrei no mérito de como se conquista esses votos). Se as Casas Legislativas não “prestam” o são por delegação popular.
Dito isto, ontem, a eleição do deputado Fábio Camargo como novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) representou derrota dupla ao grupo de comunicação RPCTV/Gazeta do Povo, pois, na barriga, o novo conselheiro carregava o também deputado Alexandre Curi (PMDB).
O neto de Aníbal Curi foi o grande articulador da fragorosa derrota da família Cunha Pereira no início da noite de ontem, quando o filho do desembargador Clayton Camargo, presidente do Tribunal de Justiça, foi eleito para o TC.
Chega até ser cômica a indignação seletiva da RPC/Gazeta do Povo. O grupo não treme! com a mesma veemência diante das estripulias do presidente da Assembleia, o tucano Valdir Rossoni, com o qual se especula que haja um acordo! de preservação.
Na prática, Curi retoma o poder político na Assembleia e se relança no grande jogo político do Paraná. Ele estava amuado esses últimos dois anos por causa da pancadaria dos Diários Secretos!, série de denúncias do grupo RPC acerca de funcionários fantasmas na Casa, mas, ao que tudo indica, se recompôs e se revigorou com a vitória de ontem.
Na eleição de ontem à noite, Fábio Camargo (PTB) foi eleito conselheiro com 27 votos; Plauto fez 22 e Tarso Cabral Violin 2; Paulo Roberto teve 1.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.