O que Curitiba tem que São Paulo também tem? Indignação com o preço da tarifa do ônibus. A bronca dos paulistanos começou porque o “busão” subiu de R$ 3 para R$ 3,20, mesmo com isenções de impostos federais. Há uma semana vem ocorrendo protestos violentos no centro da cidade e hoje a cena poderá se repetir.
Na capital paranaense o reajuste foi de R$ 2,60 para 2,85, em março, mas ainda não foi reduzido mesmo após a extinção do PIS/Cofins e do ICMS do diesel. Até agora, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) ainda não se coçou. No próximo dia 21 de junho, estudantes e ativistas realizam a 2!ª Farofada do Transporte Coletivo. Pelo Facebook, mais de 6 mil pessoas foram convidadas.
A seguir, reproduzo informação do Brasil 247 sobre o imbróglio em São Paulo (com vídeo):
O centro de São Paulo poderá se transformar, no fim da tarde desta quinta-feira, numa verdadeira praça de guerra. Integrantes do Movimento Passe Livre, que defendem o transporte gratuito na capital, prometem realizar sua maior manifestação, com início à s 17h, em frente ao Teatro Municipal.
De Paris, onde faz campanha para que São Paulo seja sede da Expo 2020, o governador Geraldo Alckmin prometeu reprimir, com maior intensidade, os protestos de “vândalos”, que estariam causando transtornos à população. “A polícia vai responsabilizar e exigir o ressarcimento de patrimônio destruído, seja ele público, seja ele privado. Isso extrapola o direito de expressão. Isso é absoluta violência, vandalismo, baderna e é inaceitável”, disse Alckmin.
O prefeito Fernando Haddad também condenou a forma dos protestos. “Quando a manifestação já se diluía, é que começa uma ação de outra natureza, não mais associada à liberdade de se expressar, mas depredar, intimidar e provocar os tumultos.”
Para a manifestação desta tarde, a Polícia Militar promete ser ainda mais dura. Segundo o comandante das operações policiais na região central, tenente-coronel Marcelo Pignatari, a PM não vai deixar os manifestantes “à vontade pela cidade”. “Vamos agir para evitar qualquer tipo de ação que quebre a ordem, que rompa os limites legais”, disse.
Dois días atrás, o policial Wanderlei Paulo Vignoli chegou a apontar uma arma na direção dos manifestantes, para evitar que fosse linchado. à€ Folha, ele revelou o medo que sentiu depois de ter sido apedrejado. “Quando levei a pancada, fiquei meio atordoado, sem saber o que estava acontecendo. Logo eu escutei: “Lincha, lincha, toma arma dele. Mata”. Ele também relata por que não atirou. “Somos treinados para manter o autocontrole, só atirar no limite. Entendi que, mesmo tendo sido atingido com pedradas, não era o limite para usar arma de fogo, até porque nenhum manifestante usou arma de fogo. Temos que usar a voz, a intimidação, foi o que eu procurei usar.” Sua conduta foi elogiada pelo governador Geraldo Alckmin.
Para encerrar os protestos, o Ministério Público propôs uma trégua de 45 dias !“ período em que seria suspenso também o reajuste das passagens para R$ 3,20.
Veja vídeo que mostra PM agredido em protesto:
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.