No final das contas, protestos mais aliviaram do que prejudicaram Dilma

Nenhuma força ou político emergiu do asfalto, durante as manifestações, que poderiam colocar em risco o mandato da presidenta Dilma; pelo contrário, sobrou sabugada! para todos os políticos, imprensa, etc.; apresentador Silvio Santos acredita que protesto sobre é sobre nada!; Richa e Requião também cravam sua impressão; o primeiro diz que a presidenta quer dividir o ônus da crise com os governadores e o segundo afirma que as vaias recebidas pela petista, em um estádio, também é para todos os políticos; todos eles têm razão.
Nenhuma força ou político emergiu do asfalto, durante as manifestações, que poderiam colocar em risco o mandato da presidenta Dilma; pelo contrário, sobrou sabugada! para todos os políticos, imprensa, etc.; apresentador Silvio Santos acredita que protesto sobre é sobre nada!; Richa e Requião também cravam sua impressão; o primeiro diz que a presidenta quer dividir o ônus da crise com os governadores e o segundo afirma que as vaias recebidas pela petista, em um estádio, também é para todos os políticos; todos eles têm razão.
A “blitzkrieg” da velha mídia em cima da economia pode ter surtido mais efeitos concretos — e danosos – à  imagem da presidenta Dilma Rousseff que os violentes protestos de rua. Dois institutos de pesquisa — Datafolha e CNT — identificaram queda de 8% na popularidade da petista diante das “incertezas” vendidas pelos veículos de comunicação, nas quais não entrarei no mérito agora.

Se o leitor perceber, o pau que bateu em Chico também bateu em Francisco. Ou seja, Dilma levou algumas caneladas, mas governadores, prefeitos, enfim, os políticos, os partidos de todos os matizes ideológicos, também apanharam em público durante as passeatas iniciadas por causa do aumento no preço das passagens de ônibus e da repressão policial em São Paulo.

Mesmo com a campanha da mídia para atingir a imagem da presidenta — sim, os barões da mídia querem eleger o senador tucano Aécio Neves (MG) presidente da República em 2014 — não houve força política no asfalto apto a catalisar todo esse “descontentamento”.

Dois políticos paranaenses, diametralmente opostos, e a seu modo, sintetizaram o momento político. Primeiro o senador Roberto Requião (PMDB), ao comentar as vaias recebidas por Dilma na abertura da Copa das Confederações: Aos políticos que se encantaram com as vaias de Dilma eu digo: esta vaia foi para nós, todos nós. Considerem-se vaiados!. Depois da tempestade, foi a vez do governador Beto Richa (PSDB) falar sobre: “Estou vendo que a presidente só está querendo dividir o ônus da crise com os governadores”. Os dois têm razão, eu diria.

Recordo observação do apresentador Silvio Santos, dono do SBT, na coluna da jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre as manifestações que sacudiram o país nos últimos dias: “Ah, mas o protesto é sobre tudo. Então não é sobre nada!.

Tem razão o homem do Baú da Felicidade e da Porta da Esperança. Até a Globo introjetou suas bandeiras, como as contra a aprovação da PEC 37 e as obras da Copa do Mundo. Regionalmente, então, outras reivindicações foram inseridas nos protestos. No Paraná, por exemplo, teve pedido de CPI dos Pedágios; ponte Matinhos-Guaratuba; supersalário do prefeito em Guarapuava, etc.

Economia

Nenhum partido ou presidenciável capitalizou a energia das ruas; nenhum líder de massas — seja sindical ou de ONG — conseguiu projetar-se como comandante supremo das ruas; essa energia toda foi dissipada, ninguém conseguiu mover o moinho da mudança.

O movimento que saiu à s ruas não era revolucionário no sentido sociológico, pois para almejar o poder precisa-se dos partidos; também não se almejava destituir a presidenta porque, como ensina Silvio, “protesto sobre tudo é sobre nada”.

Se as manifestações não eram políticas e não tinham o objetivo de lutar pelo poder, dentro da institucionalidade, então elas terminarão como começaram. Nada de consequência, além de alguns avanços pontuais aqui e ali — o que deve ser muito comemorado.

Agora o que me chama a atenção é que os violentos protestos tiraram a tensão de cima da economia, onde machucava bastante Dilma, e veio para o campo obscuridade; creio que houve um perde-perde no meio político, digo, dentro da institucionalidade.

Se não tinha partido, não tinha sindicato, não tinha liderança, a quem interessava toda essa confusão? Preparava-se um golpe de Estado? Não duvido de nada.

Comments are closed.