O Comandante é o último a abandonar o navio!, diz um ditado que norteia a navegação pelos sete mares. A lembrança é de um deputado estadual, da base de sustentação do governo do PSDB na Assembleia Legislativa do Paraná.
Pois bem, ontem durante a terceira tentativa de invasão do Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, em Curitiba, o governador Beto Richa (PSDB) não estava no comando do barco. O tucano encontrava-se em Foz do Iguaçu, região Oeste, a 640 km da capital paranaense.
Em janeiro de 2012, o capitão Francesco Schettino foi preso porque abandonara primeiro o transatlântico Costa Concordia cujo naufrágio custou 11 vidas.
Richa concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem, a partir do Hotel Mabu, sobre a abertura do Fórum Mundial do Meio Ambiente. Poderia ter retornado para o comando do barco no começo da noite.
Beto Richa tem a cidade de Foz do Iguaçu como destino preferencial durante sua gestão no governo do estado.
A título de comparação, a presidenta Dilma Rousseff adiou viagem que faria ao Japão por causa dos protestos.
O governador tucano não pode alegar desconhecimento, que não sabia que a sede do executivo estadual era alvo de baderneiros e assemelhados. O serviço de inteligência da PM monitorou toda a pré-movimentação dos manifestantes pelas redes sociais.
Um rastro de destruição ficou no Centro Cívico, região que abriga os três poderes na capital. Sorte melhor teve a Arena da Baixada, estádio do Atlético Paranaense, que foi guarnecida pela torcida organizada ‘Os Fanáticos’.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.