Jornal Gazeta do Povo corrobora tese sobre “farsa” e “pirotecnia” tucana com as UPSs

Prefeito Luizão Goulart, de Pinhais, atirou no que viu e acertou no que não viu; reportagem de Raphael Marchiori, da Gazeta do Povo, corrobora hoje aquilo que o leitor (e Luizão) já sabia por este blog: "UPS é uma farsa" do governo Beto Richa.
Prefeito Luizão Goulart, de Pinhais, atirou no que viu e acertou no que não viu; reportagem de Raphael Marchiori, da Gazeta do Povo, corrobora hoje aquilo que o leitor (e Luizão) já sabia por este blog: “UPS é uma farsa” do governo Beto Richa.
Esta semana, o presidente da Associação dos Prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba e prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (PT), atirou no que viu e acertou no que não viu ao classificar as Unidades Paraná Seguro (UPSs) como “farsa” e “pirotecnia” do governo de Beto Richa (PSDB).

A indignação santa do prefeito petista se deu porque o comando da Polícia Militar foi retirar-lhes 10 policiais da guarnição de Pinhais para cobrir a inauguração de mais uma UPS em São José dos Pinhais, também na região metropolitana, cidade administrada pelo consórcio demotucano.

“O governo tucano quer descobrir um santo para cobrir outro não tão santo assim”, protestou o prefeito de Pinhais, que ainda continuou: Isto é mais uma prova de que as UPSs não passam de “farsa” e “pirotecnia” que o governo estadual faz na segurança pública do Paraná!.

Agora o lado cômico dessa história — se não fosse trágico –, conforme conta o repórter Raphael Marchiori, do jornal Gazeta do Povo, edição desta sexta-feira (24), que o “número de homicídios cai mais em bairros de Curitiba sem UPS”.

Dentre várias outras manifestações anteriores, o leitor deste blog soube antes do caráter pirotécnico das UPSs em agosto do ano passado (relembre clicando aqui). Em março último, este blogueiro também registrou “Pirotecnia tucana, falta de segurança, mortes e protesto no Paraná”.

Isto mesmo, caro leitor. Segundo reportagem, o balanço de homicídios no primeiro trimestre do ano em Curitiba revela que, na média, a violência caiu mais rapidamente fora dos bairros com Unidades Paraná Seguro (UPSs).

Economia

Nos primeiros três meses do ano, Curitiba registrou 139 homicídios, 22% a menos do que no mesmo período de 2012. Nos bairros sem UPS, a queda foi maior, de 27,8%, enquanto o total nos bairros com UPS caiu menos, 12,6%.

Os números absolutos de assassinatos foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública na semana passada.

UPS, você ainda quer uma para a sua cidade? Tem certeza?

Leia a íntegra da reportagem “Número de homicídios cai mais em bairros de Curitiba sem UPS”:

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O balanço de homicídios no primeiro trimestre do ano em Curitiba revela que, na média, a violência caiu mais rapidamente fora dos bairros com Unidades Paraná Seguro (UPSs). Nos primeiros três meses do ano, Curitiba registrou 139 homicídios, 22% a menos do que no mesmo período de 2012. Nos bairros sem UPS, a queda foi maior, de 27,8%, enquanto o total nos bairros com UPS caiu menos, 12,6%. Os números absolutos de assassinatos foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública na semana passada.

Seis bairros da capital têm Unidades Paraná Seguro. Em quatro deles, a queda foi superior à  média da cidade: Parolin (67%), Cajuru (50%) e Uberaba (25%). A Cidade Industrial, bairro com o maior número absoluto de assassinatos no período analisado e que tem cinco postos permanentes da polícia, também viu o número de assassinatos cair (14,3%, de 28 para 24 casos).

Outras reduções drásticas ocorreram no Pinheirinho e no Boqueirão, bairros que não têm UPS. No primeiro, a queda foi de 82% (de 11 mortes entre janeiro e março de 2012 para duas no mesmo período deste ano). No segundo, a queda foi de 46%.

Já nos outros dois bairros com UPS, o Tatuquara e o Sítio Cercado, houve crescimento nos números da violência !“ alta de 35,7% e de 9%, respectivamente (leia mais ao lado).

Análise

A redução da criminalidade em bairros com UPS em ritmo menor do que no restante da capital intrigou sociólogos ouvidos pela reportagem. Segundo eles, os dados mostram que o projeto ainda não decolou. à‰ a demonstração de que a política [de segurança] tem de ser revista e que há um problema claro [com as UPS]!, disse Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos da Violência e Direitos Humanos da UFPR.

Segundo ele, a UPS só tem efeito nas suas adjacências e não no bairro todo. Isso explicaria porque a Cidade Industrial continua a ser o bairro campeão em homicídios embora tenha cinco unidades permanentes da Polícia Militar.

Para o sociólogo Lindomar Bonetti, ainda é cedo para avaliar os resultados das UPS. O professor da PUCPR pondera, porém, que a redução da criminalidade nesses bairros só ocorrerá realmente se estiver diretamente ligada à  realização de ações sociais e à  aproximação da polícia com a comunidade. A população precisa ser envolvida em iniciativas produtivas e educativas e a polícia não pode apenas olhá-la sob o prisma do bandido!, avalia.

Será que UPS não funciona?!, provoca policial

A Unidade Paraná Seguro do Tatuquara, instalada em setembro do ano passado, teve o pior desempenho entre as UPSs da capital. O número de mortes passou de 14 no trimestre inicial de 2012 para 19 neste ano !“ é o segundo bairro mais violento de Curitiba, atrás apenas da CIC.

Na Vila Ludovico, onde está instalada a UPS Tatuquara, policiais falaram com a reportagem sob condição de anonimato. Segundo um dos PMs, a violência do bairro se concentra em local distante de onde está o módulo policial. No Jardim Social [outra vila do bairro] se concentram bares, comércios e também os homicídios!, disse. Questionado se o aumento da criminalidade estaria ligado ao histórico violento da região, o PM respondeu com outra pergunta: Será que isso está ocorrendo porque a UPS não funciona?!

Na UPS do Sítio Cercado, os policiais preferiram não ser específicos sobre o projeto, mas um deles, que também não quis ter o nome divulgado, disse que a criminalidade está espalhada na região e não só na Vila Osternack, onde fica a base da PM. A UPS não trouxe mais policiamento. Eles ficam lá [na base] e não patrulhando!, reclamou um comerciante que mora há 21 anos no Osternack.

Caximba

Bairro do extremo sul curitibano, a Caximba vive uma onda de violência nesse início de 2013. Se no primeiro trimestre do ano passado não foram registrados homicídios na região, no mesmo período deste ano já foram sete as vítimas desse crime. O bairro, que segundo o Censo so IBGE tinha 2.572 habitantes em 2010, recebeu, no final daquele ano, mais 425 famílias em uma ocupação irregular. Apesar de o fato ter ocorrido há mais de dois anos, policiais militares que trabalham na região disseram que o reflexo desse crescimento desordenado pode estar sendo visto agora.

Outro lado

Secretaria diz que volume de mortes nos bairros com UPS caiu 24%

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que, nas dez regiões onde foram instaladas UPS houve queda de 24% na quantidade de mortes violentas (passando de 94 para 71 casos) quando se compara as ocorrências registradas no período de abril de 2012 a março de 2013 ante os dados dos 12 meses terminados em março do ano passado.

Além disso, a Sesp diz que, nesse período analisado, o número de roubos reduziu de 840 casos para 691 e o de furtos, de 1.095 para 837.

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