Em São Paulo, tucanos articulam cassação de Afif

do Valor Econômico

Afif Domingos, vice-governador do Estado de São Paulo,  acumula a função com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff.
Afif Domingos, vice-governador do Estado de São Paulo, acumula a função com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff.
Aliado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado Cauê Macris (PSDB) será o responsável por analisar o pedido de perda do mandato do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), que tramita na Assembleia Legislativa. Macris foi escolhido ontem na Comissão de Constituição e Justiça paulista como relator do caso e deve apresentar seu parecer dentro de 15 dias. O vice-governador acumula a função com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff.

O parecer de Macris será votado pelos 13 integrantes da comissão e se os parlamentares decidirem pela perda do mandato de Afif, o caso irá para votação no plenário. No Legislativo, Alckmin tem ampla maioria e poderá aprovar o desligamento de seu vice do governo.

Na Comissão de Constituição e Justiça, o relator vai analisar o parecer feito pela Procuradoria da Assembleia Legislativa, que recomendou a perda do mandato de Afif. A comissão é presidida pela tucana Maria Lúcia Amary e a maioria de seus integrantes é da base de apoio do governador. Nesse grupo há apenas um deputado do PSD e um do PT – únicos partidos que já se declararam contra a perda de mandato de Afif.

O pedido de afastamento do vice-governador foi feito pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) à  Assembleia. O presidente da Casa, Samuel Moreira (PSDB), aceitou o parecer da Procuradoria e decidiu levar o caso adiante.

Macris criticou o parecer feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), segundo o qual não há ilegalidade no acúmulo de cargos. “Não é um assunto da competência da AGU. Esse é um caso que a Assembleia deve analisar e não seremos omissos”, disse o tucano.

Economia

O deputado afirmou não ter recebido orientação de Alckmin para posicionar-se contra Afif. No entanto, a base de apoio ao governador, sobretudo o PSDB, tem se articulado para tirar o vice. Constrangido em ter em seu governo um ministro da administração petista, Alckmin almeja que os deputados votem no plenário o pedido de perda de mandato. Seria uma forma de punir Afif e mostrar à  opinião pública que não foi conivente com o acúmulo de funções em governos distintos. Mas o governador só permitirá que o caso vá ao plenário se tiver certeza da vitória.

O PSD de Afif tem apenas cinco dos 94 deputados da casa. Mesmo se os 22 petistas e dissidentes fiquem a favor do vice, ainda assim Alckmin deve ter maioria para aprovar o afastamento de Afif.

Comments are closed.