Eleição em 14 de abril deixa herdeiro de Chávez com a mão na taça

do Brasil 247

O ex-motorista de ônibus Nicolás Maduro deve tirar vantagem do clima de comoção que ainda envolve o país pela morte de Hugo Chávez, na terça-feira 5; eleição presidencial está marcada para 14 de abril e campanha se dará, oficialmente, entre 2 e 12 e abril; oposicionista Henrique Capriles, que obteve 44% dos votos no ano passado, tende a ter pior desempenho.
O ex-motorista de ônibus Nicolás Maduro deve tirar vantagem do clima de comoção que ainda envolve o país pela morte de Hugo Chávez, na terça-feira 5; eleição presidencial está marcada para 14 de abril e campanha se dará, oficialmente, entre 2 e 12 e abril; oposicionista Henrique Capriles, que obteve 44% dos votos no ano passado, tende a ter pior desempenho.
O tempo, ao lado da comoção nacional, está jogando a favor da eleição do presidente chavista Nicolás Maduro na Venezuela. Com data marcada para o pleito em 14 de abril, e campanha podendo ser feita entre os dias 2 e 12 do próximo mês, o certo é que os prazos curtos favorecem o herdeiro político de Chávez e minam as chances do oposicionista Henrique Capriles. Ele perdeu para Chávez, no ano passado, obtendo 44% dos votos válidos, mas seu desempenho tende a ser pior, agora, em razão do clima de emoção que envolve o país em razão da morte do ex-presidente. Multidões continuam a visitar o caixão de Chávez, que será embalsado e colocado numa urna de cristal. Os candidatos a presidente têm prazo até segunda-feira para registrarem suas chapas.

Abaixo, notícia da Agência Reuters a respeito:

Corrida pelas eleições na Venezuela começa com oposição em desvantagem

Por Simon Gardner e Terry Wade

CARACAS, 10 Mar (Reuters) – A corrida pelas eleições da Venezuela se iniciou neste domingo com multidões visitando em massa o caixão do ex-líder Hugo Chávez e jurando apoiar o sucessor preferido dele, Nicolás Maduro, ao invés do provável candidato de oposição Henrique Capriles.

Economia

O par tem até segunda-feira para registrar suas candidaturas para as eleições de 14 de abril, que irão determinar se a revolução socialista pessoal de Chávez vai viver na nação que faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), lar de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Chávez morreu na terça-feira, aos 58 anos, após uma batalha de 2 anos com o câncer.

O ex-vice-presidente Maduro, 50, que já foi motorista de ônibus e líder de sindicato antes de ser político, é visto ganhando as eleições confortavelmente, de acordo com duas pesquisas recentes.

Maduro pressionou uma eleição quase imediata para se aproveitar da onda de empatia gerada pela morte de Chávez.

Capriles, 40, governador do estado de Miranda, que frequentemente veste um boné de baseball e calçados para jogar tênis, perdeu para Chávez em outubro. Mas ele obteve 44 por cento dos votos–o melhor resultado da oposição contra Chávez.

Embora o Partido Socialista, da situação, seja o favorito, os defensores da oposição estão tentando erguer seus ânimos para um mês de campanha.

“Não há razão para pensar que a oposição está condenada a ser derrotada” disse Teodoro Petkoff, um editor de jornal contra o governo, em seu programa de entrevistas aos domingos pela manhã.

Maduro jurou continuar do ponto onde Chávez parou.

A primeira reunião oficial dele no sábado foi com representantes da China, com os quais Chávez negociava para fornecer uma alternativa ao investimento que tradicionalmente vem dos Estados Unidos.

Maduro adotou o toque teatral de seu mentor, acusando imperialistas, frequentemente um eufemismo de Chávez para os Estados Unidos, de matar o líder carismático, infectando-o com câncer.

O ex-paraquedista Chávez era imensamente popular entre os mais pobres na Venezuela, por ter injetado vastas verbas do petróleo em programas sociais, mas ele criticou a riqueza e assustou os investidores com nacionalizações.

Na Venezuela fortemente polarizada, alguns mais abastados até estouraram champanhes para brindar a morte de Chávez. Milhares, no entanto, ainda faziam fila para ver o caixão do ex-líder, e homenagens emocionadas foram prestadas no serviço religioso deste domingo, na academia militar que guarda o caixão.

Capriles afirma que, se eleito, ele vai copiar o modelo brasileiro de “esquerda moderna” para políticas econômicas e sociais.

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