Dilemas dos professores do PR: deflagrar greve ou intensificar a política do cafezinho?

Educadores decidem neste sábado (9) se continuam no cafezinho ou se saem à s ruas para lutar pelo cumprimento da Lei Nacional do Piso.
Educadores decidem neste sábado (9) se continuam no cafezinho ou se saem à s ruas para lutar pelo cumprimento da Lei Nacional do Piso.
Daqui a pouco, a partir das 8h30, no Teatro Positivo, em Curitiba, professores e funcionários que representam 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná participam de uma histórica assembleia.

Os educadores vão à  reunião com um dilema e uma certeza.

O dilema é se eles devem deflagrar a greve a partir da próxima quarta-feira, dia 13, conforme aprovação na assembleia de dezembro passado, ou se intensificam a política do cafezinho, ou seja, se aprofundam as conversas com o governo do estado para obter ganhos à  categoria.

A certeza dos educadores é que eles vêm sendo enrolados pelo governo de Beto Richa (PSDB) há mais de dois anos, sem que a Lei Nacional do Piso seja cumprida efetivamente pelo secretário da Educação e vice-governador Flávio Arns (PSDB).

APP regional promoveu protesto, em Apucarana, na sessão da Assembleia Legislativa do PR.
APP regional promoveu protesto, em Apucarana, na sessão da Assembleia Legislativa do PR.
O movimento pela greve é mais forte no interior do estado. Em Foz do Iguaçu, na região Oeste, por exemplo, os profissionais do magistério aprovaram um manifesto pela paralisação já.

Em União da Vitória, região Sul, semana passada, houve protesto da APP-Sindicato regional durante a presença do governador na cidade.

Economia

Em Apucarana, região Norte, professores e funcionários foram à  sessão itinerante da Assembleia Legislativa, também na semana passada, portando faixas com os seguintes dizeres: Governador, se não cumprir a negociação terá greve na educação!!.

A última greve da educação ocorrida no Paraná foi em 2000, ainda no governo Jaime Lerner. Antes dessa houve a de 1988, no governo Alvaro Dias, hoje senador da República.

Geralmente, os governos que enfrentam greves de professores e funcionários de escolas, dada a capilaridade dessa área, tendem carregar consigo uma rejeição para resto de suas carreiras políticas. à‰ isso que a História tem mostrado no Paraná.

Promessas não cumpridas

O governo fala em parcelar os benefícios aos educadores, tipo crediário, a perder de vista. Parte da categoria acha que a lei precisa ser cumprida já, principalmente os 33,33% de hora-atividade, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a regra vale desde 2011.

Alguns professores estão ressabiados com o governo tucano. Os mestres temem levar um tombo como levaram os diretores de escolas. Um ano depois de receberem promessa de gratificação pelo cargo que ocupam ainda continuam chupando dedos (clique aqui para relembrar).

Embora a APP-Sindicato tenha dado ultimato a Richa e Arns até ontem (sexta, 8), o governo somente enviou mensagem à  Assembleia Legislativa. Ou seja, a assembleia geral da categoria ocorrerá hoje sem garantias de que a pauta de reivindicação seja efetivamente aprovada no parlamento.

Afinal, perguntam os educadores, alguém ainda acredita nas promessas do governo Richa? Como diz o ditado popular, o seguro já morreu de velho!¦ faz tempo!¦

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