Segundo a Lei de Murphy, “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Isso se aplica em cheio ao município de Colombo, na região metropolitana, o oitavo maior colégio eleitoral do Paraná.
Anote aí para não se perder no imbróglio acerca da Câmara de Vereadores: 1) a Justiça Eleitoral diplomou; 2) a Câmara Municipal empossou 21 vereadores; 3) acatando ação popular, a Vara Cível de Colombo reduziu para 13 cadeiras; e 4) o Tribunal de Justiça (TJ) confirmou a decisão que reduz o tamanho do legislativo colombense.
Pois bem, amanhã, quarta-feira (6), a partir das 16 horas, a batata quente cairá no colo do vereador Sérgio Pinheiro (PRP), presidente interino da Casa. Ele terá que decidir se inicia a primeira sessão ordinária da legislatura com 13 ou 21 vereadores.
Se ceder à pressão política, abrirá os trabalhos com 21 parlamentares. Entretanto, comprará uma briga do tamanho dos céus com o Ministério Público, com a Comarca local e o Tribunal de Justiça.
Os oito vereadores que estão ameaçados de voltar para a casa se comprometeram ir à luta, na Justiça, buscando a manutenção das 21 cadeiras. O presidente da Câmara, Pinheiro, disse que não tem muito que fazer. Ele confidenciou a correligionários que não tem como “segurar” por muito tempo a situação.
Afinal, o presidente da Câmara de Colombo terá coragem e motivação de peitar o Ministério Público e o Tribunal de Justiça? A troco de quê?
Se empossar 21 vereadores, o Ministério Público o ameaça com uma ação de improbidade administrativa. Até agora, um mês depois de empossados, todos os vereadores de Colombo estão sem salário. Alguns ameaçam até fazer greve de fome. A situação é dramática e ainda pode se compliar mais.
Você acha que o babado acaba por aqui? Que nada. Reduzindo o número de vereadores, necessariamente, haverá nova eleição para a presidência da Câmara. Todos os atos administrativos do legislativo e do executivo seriam anulados. O atual prefeito, José Renato “Pelé” Strapasson (PTB), por exemplo, ficaria de fora dessa legislatura e perderia a interinidade na prefeitura. Um novo presidente da Casa assumiria a prefeitura.
Seguindo o script da Lei de Murphy, a coisa pode ficar pior ainda. Há chances, mesmo que remotas, de o município enfrentar novas eleições gerais (prefeito e vereador).
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.