Em artigo, João Arruda diz que troféu Mick Jagger! vai para Richa e deputados governistas

Deputado João Arruda (PMDB-PR).
O deputado federal João Arruda, secretário-geral do PMDB do Paraná, escreveu um artigo de opinião apontando o erro de obras eleitoreiras e os principais derrotados nas eleições deste ano. Segundo o parlamentar peemedebista, o troféu Mick Jagger! vai para o governador Beto Richa (PSDB) e os deputados estaduais que compõem sua base na Assembleia Legislativa.

“Na Assembleia Legislativa do Paraná, os votos são quase sempre vitoriosos para o governo Richa. E é assim que os parlamentares de diversos partidos viram sócios das derrotas e reprovações cada vez mais evidentes”, diz um trecho da análise de João Arruda.

A seguir, leia a íntegra do artigo do deputado João Arruda:

“Reescreva suas anotações sobre a política do Paraná; a máquina quebrou”

por João Arruda*

Chegamos ao fim de mais um processo eleitoral, quando os brasileiros escolheram prefeitos e vereadores. Nessas eleições, fomos surpreendidos por resultados improváveis e lições muito importantes. Uma é que a chamada máquina pública! não é mais a mesma no que diz respeito à  garantia de votos. E outra, o Poder Legislativo terá que se esforçar para reconhecer o novo eleitorado. Por causa desse eleitorado, 2014 será um ano politicamente imprevisível.

Economia

O que se viu na capital do Paraná foi à  máquina quebrada antes do segundo turno. Ou seja, entre as observações possíveis, fica ressaltada a de que obras públicas são obrigação do prefeito e não há nada para se promover com isso !“ vamos ter que nos acostumar com o novo e melhor entendimento.

Até porque há o risco de obras-bandeiras !“ como as da campanha que reelegeu Beto Richa em 2008 !“ vire-se contra quem está empunhando essa bandeira !“ Ducci ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com menos de 27% dos votos. Uma derrota que, segundo a analista política Renata Lo Prete, estende-se, sim, a Richa !“ diferente do que pensam e disseram à  imprensa alguns políticos.

Ou seja, hoje se sabe um pouco mais sobre os efeitos políticos-insustentáveis da máquina. Um tipo de política que se mostrou, bastante, felizmente, inútil nessa última eleição majoritária. Em Curitiba, a vontade de ser outra coisa foi maior do que a vontade de estar em uma fotografia com a família real.

Daqui a dois anos virão à s eleições proporcionais mais importantes para os estados, para escolha dos deputados !“ e que ninguém se engane sobre o fim do efeito pedra na água!. Esse efeito é uma analogia do jornalista e ex-ministro Franklin Martins (da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula), sobre como a classe social mais rica era capaz de, como em ondas concêntricas, definir os votos das classes mais distantes.

Na Assembleia Legislativa do Paraná, os votos são quase sempre vitoriosos para o governo Richa. E é assim que os parlamentares de diversos partidos viram sócios das derrotas e reprovações cada vez mais evidentes.

O eleitor se mostra amadurecido, assim como segmentos da imprensa local. Durante os debates, pelo Facebook e pelo Twitter, repórteres e produtores de várias emissoras avaliaram os candidatos e a própria imprensa !“ citando o nome das emissoras que muitas vezes os empregavam. Isso confirma, na esfera organizada da comunicação social, as recentes transformações em Curitiba e em muitas outras cidades do Paraná.

Resultados bem analisados de pesquisas qualitativas não são garantias políticas, o que é, para o marketing político, algo difícil de enfrentar. Não sabemos mais se os institutos de pesquisa fazem as perguntas certas, ou se os pesquisados respondem a verdade, porque o voto é secreto e porque nenhum resultado mapeou corretamente a situação em Curitiba no primeiro turno.

Talvez seja o momento de diversificar nossas medidas, como nos Estados Unidos, onde a régua para saber sobre a preferência a um ou outro candidato é o tipo de telefone celular dos eleitores ou outras preferências. à‰ preciso aperfeiçoar novas metodologias. Essas medidas farão diferença na escolha dos candidatos, tornando as campanhas cada vez mais certeiras. Se o PMDB tiver unidade, poderá empreender mais candidaturas vitoriosas. Sem unidade o partido se enfraquece.

Quando se trata de votos favoráveis ao partido, diz-se também sobre os votos negociados na Assembleia do Paraná, com ampla vantagem para o governo !“ a corresponsabilidade não calculada e tão perigosa. PMDB: o legislativo estadual está para o PSDB, assim como o legislativo federal está para o PT.

Disto padecemos: de falta de liderança e mentalidade unificada. Com tantos problemas no Paraná, tivemos cerca de 50% de vitória nos nomes que lançamos nessas eleições !“ mas poderia ter sido muito pior, dadas as nossas condições adversas.

Para os próximos meses, são necessários encontros de tomadas de decisão, para ampliar nossos quadros de nomes. Quanto à  disputa pelo governo, no fim deste ano, a convenção será uma excelente oportunidade para que o partido tome posição: um nome próprio ou coligações.

De qualquer modo, com olho na unidade, o resultado desse exercício, mais o do que uma decisão objetiva, vai redesenhar as bordas do PMDB no Paraná.

*João Arruda é deputado federal e secretário-geral do PMDB do Paraná.

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