por Ivan Santos, via Bem Paraná
Apesar da pressão da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, o senador e presidente do partido em Curitiba, Roberto Requião, sinalizou ontem que não só pretende manter o apoio à pré-candidatura de Rafael Greca à prefeitura da Capital, como espera usar as eleições municipais deste ano como trampolim! para tentar voltar ao Palácio Iguaçu em 2014. Em uma série de declarações postadas pela rede social twitter, Requião deixou claro a intenção de resistir à ação da ala peemedebista que defende o apoio à reeleição do atual prefeito Luciano Ducci (PSB).
O PMDB que pensa em 2014 me acompanha na candidatura própria em Curitiba!, afirmou, mostrando que as articulações para as eleições municipais estão diretamente ligadas ao futuro da legenda na disputa pelo poder no Estado daqui a dois anos. Os adesistas que não querem candidatura própria em Curitiba, antecipam suas posições em 2014, ao governo!, avaliou.
As declarações vêm à nota no momento em que a pré-candidatura de Greca sofre pesado ataque interno, encabeçado por lideranças próximas ao senador, como o ex-líder do governo Requião na Assembleia Legislativa e atual secretário de Estado do Trabalho do governo Beto Richa, Luiz Cláudio Romanelli, e o deputado estadual Alexandre Curi. Com o apoio da maioria da bancada no Legislativo estadual, os dois tem tentado convencer o cacique a rifar! Greca para levar o partido a participar da chapa de Ducci.
O argumento é de que o pré-candidato peemedebista não teria chances na disputa, e estaria apenas querendo aproveitar o tempo do partido na propaganda eleitoral de rádio e televisão para projetar seu nome com vistas à eleição de deputado em 2014. Além disso, afirmam que Greca não teria legitimidade para ser o candidato do PMDB, já que construiu sua história política como adversário do partido, integrando o grupo do ex-governador Jaime Lerner. Os deputados lembram ainda que o apoio de Ducci foi decisivo para que Requião conseguisse se reeleger para o governo em 2006, com uma diferença de pouco mais de dez mil votos em relação ao ex-senador Osmar Dias (PDT).
Estratégia !” A aproximação do PMDB com a candidatura de Ducci faz parte também de uma estratégia do governador Beto Richa (PSDB) para atrair o partido para uma aliança formal na disputa pelo governo em 2014. Com isso, Richa espera isolar o PT, que deve lançar a candidatura da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Na Assembleia, a bancada peemedebista já aderiu maciçamente à base do governo tucano. E tenta fechar com Ducci justamente como forma de se cacifar para uma aliança para a disputa estadual daqui a dois anos.
Requião, porém, mostra que tem consciência dessa articulação, e dá sinais de que não está disposto a aceitar um papel de coadjuvante no cenário político estadual. Para isso, não descarta tentar uma nova candidatura ao governo daqui há dois anos. O PMDB de Curitiba amplia sua base, lança candidato à prefeitura, e se prepara para disputar e voltar ao governo do Estado em 2014!, projeta ele. Os peemedebistas que aderiram ao Beto desistiram dos sonhos e das dos projetos. Nós não. Vamos à luta agora, em Curitiba, e em 2014, no Paraná!, garantiu, apontando que a adesão ao projeto tucano na Capital encaminharia o PMDB para a extinção!.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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