Curitiba lança Campanha Nacional contra Crimes da Copa

da Agência Brasil

Em Curitiba, a Campanha Nacional Contra os Crimes da Copa, que seria lançada na manhã de hoje (4) em frente ao estádio do Atlético Paranaense, foi transferida para o Centro Cívico. Os manifestantes se reúnem em frente à  sede do governo, o Palácio Iguaçu.

Promovida pela Frente Nacional de Movimentos Populares Resistência Urbana, as ações estão ocorrendo em São Paulo, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, no Rio de Janeiro e em Curitiba – cidades que vão sediar eventos da Copa. O objetivo é denunciar os reflexos e consequências das ações empreendidas para a preparação da Copa, que estariam prejudicando a população, como despejos e remoções relacionados à s obras.

Segundo o líder do movimento no Paraná, Chrysanto Sholl, a manifestação é pacífica. Queremos mais clareza quanto à s despesas e remoções que serão feitas em Curitiba por conta da Copa. E queremos participar das decisões referentes a moradia, com a criação de um grupo de trabalho permanente que reúna representantes dos movimentos sociais , governo e prefeitura!, disse ele à  Agência Brasil.

Os manifestantes vão entregar hoje à s autoridades do estado e do município documento onde relatam os principais problemas e áreas de conflito no estado. Denunciam que para a ampliação de pistas no Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, estão sendo feitas desapropriações na Vila Suíssa, Quissisana, Costeira, Nova Costeira e Riacho Doce. O decreto de desapropriação saiu em dezembro do ano passado e até agora cerca de 250 famílias não sabem onde vão morar!, disse Sholl.

Segundo o documento, atualmente existem inúmeras áreas de moradias irregulares em todo o Paraná e um déficit de pelo menos 270 mil habitações. Somente em Curitiba a falta de moradia chega a pelo menos 70 mil casas. Há inúmeras demandas locais no estado que precisam de soluções urgentes!, acrescenta o líder do Resistência Urbana.

Economia

Um grave exemplo, segundo ele, pode ser encontrado nas Moradias Sabará, localizadas na Cidade Industrial de Curitiba, um conjunto de oito vilas. A Companhia de Habitação do Paraná propôs regularizar a situação dos lotes, os moradores pagaram e até hoje, desde 1994, a documentação não está regularizada!.

Outra situação de enorme gravidade, de acordo com Sholl, ocorre em Guarituba, área onde residem 50 mil famílias em situação irregular, a maior ocupação do Paraná e do Sul do país. Existem conflitos a serem resolvidos também na Vila Sabará, no Jardim Itaqui e a ocupação urbano-rural Vale dos Tucanos, em Londrina, no norte do estado.