Para atrair o PMDB, tucanos admitem abrir mão da vice de Ducci

por Ivan Santos, via Jornal do Estado

Valdir Rossoni (PSDB).
Presidente interino do PSDB estadual, o deputado e presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni, admitiu ontem que o partido pode abrir mão de indicar o candidato a vice na chapa de reeleição do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), para facilitar uma composição que garanta adesão de outras legendas, inclusive do PMDB.

Os peemedebistas lançaram oficialmente a pré-candidatura do ex-deputado Rafael Greca, mas setores da sigla, incluindo boa parte da bancada na Assembleia, trabalha nos bastidores por uma aliança com Ducci.

Se ocorrer isso (a adesão do PMDB) e eles apresentarem um nome em condições, não vejo porque não!, afirmou Rossoni, ressalvando que, pelo menos por enquanto, os tucanos têm que respeitar a pré-candidatura de Greca.

Segundo ele, o PSDB tem bons nomes para indicar ao posto, como o deputado federal Fernando Francischini, o deputado estadual Mauro Moraes, o vereador Omar Sabbag Filho e o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone. Mas o partido não vai impor isso como condição para apoiar Ducci.

Queremos ganhar a eleição. Para isso precisamos encontrar o melhor vice. Queremos achar uma pessoa que tenha o perfil que se encaixe no quadro atual, seja do PSDB, seja de outro partido!, explicou.

Economia

As declarações de Rossoni representam uma mudança significativa na postura da cúpula tucana. Até agora, a versão oficial era de que o partido não poderia abrir mão da indicação do vice, pois já fez a concessão de não ter candidato próprio para apoiar o prefeito.

Consideramos o Luciano (Ducci) como se fosse do PSDB!, alega o deputado, que assumiu a presidência do PSDB com a licença do governador Beto Richa, com a missão de justamente conduzir o partido nas eleições municipais deste ano. Segundo ele, nas cidades onde os tucanos não terão candidato próprio a prefeito, as alianças terão que necessariamente serem referendadas pelo diretório estadual.

Estratégia !” No PMDB, o discurso oficial ainda é de manutenção da candidatura de Greca à  prefeitura. Mas internamente, deputados trabalham para levar o partido à  chapa de Ducci. A negociação tem o aval do governador Beto Richa, que teria oferecido não só a vaga de vice na eleição deste ano na Capital, como também a possibilidade da indicação de seu próprio vice para a disputa pelo governo em 2014.

Richa, que já tem o apoio da quase totalidade da bancada peemedebista na Assembleia, tem interesse em atrair formalmente o partido para uma composição, com o objetivo de isolar o PT, que deve lançar a ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma, Gleisi Hoffmann, como candidata ao Palácio Iguaçu daqui a dois anos. Não por acaso, o PT se tornou o principal sustentáculo da candidatura do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) à  prefeitura de Curitiba, maior rival de Ducci na disputa hoje.

O único obstáculo que haveria atualmente para a união entre tucanos e peemedebistas seria o senador Roberto Requião (PMDB). Para aplacar sua resistência, deputados do PMDB e Richa teriam acenado com a possibilidade da indicação do irmão do ex-governador, Maurício Requião, para conselheiro do Tribunal de Contas. Maurício chegou a ser indicado e assumiu o cargo, mas foi afastado por decisão judicial.

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