No final de fevereiro, na contramão dos servidores municipais que reivindicavam melhores salários, o prefeito Luciano Ducci (PSB) deu uma tacada que parecia um golpe de mestre: anunciou a redução em 30% nos próprios vencimentos.
Pois bem. Quase um mês depois do barulho e da repercussão na mídia, eis que a Câmara Municipal de Vereadores ainda não apreciou a mensagem do executivo que reduz o salário do prefeito de R$ 26.723,13 para R$ 18.706,16.
Na próxima segunda-feira (26), os vereadores deverão analisar a questão, mas, segundo uma fonte no legislativo, há possibilidade de veto à mensagem de Ducci.
Como se trata de uma matéria que mexe nos salários de servidores públicos, inclusive do prefeito, a legislação eleitoral proíbe que isso ocorra a partir de abril.
“A medida prejudicará o próximo prefeito. Se ele quer abrir mão do salário que o faça de livre e espontânea vontade doando parte dele”, disse um vereador governista, que teme a repercussão da medida na Casa. Ou seja, os parlamentares temem que precisem reduzir seus salários também por causa da atitude de Ducci.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), em seu site, aproveita o imbróglio para tirar uma “casquinha”. Segundo a entidade, enquanto o prefeito continua recebendo o valor do salário cheio, “o reajuste dos servidores municipais em 10% ainda não encontra acordo entre Sismuc e prefeitura”.
Os servidores municipais querem 14% de reajuste para zerar “perdas históricas”.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.