Crivella, aliado de Bolsonaro, cai preso no Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), aliado do presidente Jair Bolsonaro, caiu preso na manhã desta terça-feira (22) faltando apenas 9 dias para terminar o mandato.

Crivella é a segunda pessoa ligada ao presidente da República a ser presa em quatro dias. Na sexta-feira (18), o jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das fake news.

Já Crivella foi preso hoje às 6h30 da manhã porque é suspeito de integrar esquema de corrupção na Prefeitura do Rio. A ação é um desdobramento da Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina‘ na Prefeitura do Rio.

Bolsonaro, por sua vez, não comentou as duas prisões de seus correligionários e amigos.

Os mandados foram cumpridos pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil e do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim), do MPRJ. A decisão pela prisão de Crivella e outros suspeito é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

O mesmo sistema que prendeu Crivella se movimento para fazer o mesmo em relação ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, acusado de comandar o esquema das “rachadinhas” na Alerj.

Economia

Além de Crivella, foram presos também o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, além de outro empresário identificado como Adenor Gonçalves dos Santo. O ex-senador Eduardo Lopes, também alvo da operação, não foi encontrado em casa.

Marcelo Crivella, desafeto da TV Globo no Rio, é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O prefeito é sobrinho do bispo Edir Macedo.

Delação premiada de doleiro

A investigação começou em 2018, a partir da delação do doleiro Sergio Mizrahy, que admitiu ser responsável pela lavagem de dinheiro para o que os investigadores chamam de organização criminosa que atuava dentro da Prefeitura do Rio.

Perseguição política

O prefeito Marcelo Crivella, ao ser preso nesta manhã, afirmou que a ação deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio é uma “perseguição política” e que espera que seja feita a justiça.

“Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, declarou Crivella.

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