por Bibiana Dionísio, via G1 PR
Segundo Pedro Paulo, uma vez que João Cláudio Derosso, presidente licenciado da Câmara, era o gestor dos contratos de publicidade, ele tem responsabilidade sobre as irregularidades.
A responsabilidade de execução do contrato era do Derosso, ele é um dos grandes culpados!, afirmou Pedro Paulo. O vereador também considera que os integrantes da Comissão de Licitação, na época em que os contratos foram firmados, também devem ser responsabilizados.
Houve omissão da Comissão que deveria ter averiguado!, acrescentou. O vereador se refere ao fato de a empresa Oficina da Notícia, que pertence à jornalista Cláudia Queiroz, esposa de Derosso, ter participado e vencido um processo licitatório da Câmara
Salamuni e Paulo devem apresentar o relatório paralelo, se o oficial, elaborado por Denílson Pires (DEM) relator da CPI, for muito divergente do redigido por eles. Em entrevista ao G1, na manhã desta segunda-feira (19), Pires afirmou que não era possível responsabilizar Derosso ou uma única pessoa pelas irregularidades. Segundo ele, havia indícios, mas nada concreto.
A conclusão não é compartilhada por Pedro Paulo. Tem responsável, sim. Nós vamos apontar para isso!, enfatizou o parlamentar que também disse que quer o encaminhamento do relatório ao Ministério Público.
A apresentação do relatório está prevista para à s 14h30 e caso o relatório paralelo seja apresentado, os integrantes da CPI deverão votar pela aprovação de um deles. Há ainda a possibilidade de se arquivar os dois relatórios. Foi uma CPI difícil de levar, porque faltou um pouco mais de profissionalismo no processo de investigação!, disse Pedro Paulo.
O relatório de Salamuni e Paulo prevê uma punição para Derosso, mas os parlamentares não quiseram adiantar qual seria.
Ainda que as informações divulgadas sejam consideradas preliminares pelos integrantes da CPI que devem trabalhar nos textos até a manhã de terça-feira, são visíveis algumas divergências.
No relatório oficial, por exemplo, Denilson Pires afirma que o informativo Câmara em Ação, que segundo Derosso era utilizado para divulgar as atividades parlamentares, existiu e foi distribuído em diferentes pontos da cidade, ainda que a população consultada não se lembre do material.
Em contrapartida, segundo constatações do relatório de Salamuni e Paulo, isto não pode ser afirmado. Nós não conseguimos comprovar que de fato foi distribuído. Temos provas de que foram impresso!, explicou o vereador. Ele ainda questiona as notas emitidas pelas gráficas para comprovar a impressão das edições do Câmara em Ação.
As denúncias
Derosso passou a ser investigado pela CPI a partir de uma série de denúncias de supostas irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba. Entre elas, o possível favorecimento da empresa da esposa de Derosso, a jornalista Cláudia Queiroz, em licitações e o pagamento ilegal de aditivos.
Há ainda a suspeita de que o informativo Câmara em Ação! não tenha sido publicado ou o valor pago teria excedido o praticado pelo mercado e a nomeação de parentes para cargos públicos.
Diante da repercussão das denúncias, Derosso pediu afastamento de 90 dias do cargo de presidente da Mesa Executiva da Câmara e do PSDB. Além da CPI, o Conselho de à‰tica da Câmara investigou as denúncias contra Derosso, mas arquivou as representações.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.