Joice Hasselmann comenta a perseguição e censura que sofreu

por Joice Hasselmann

Joice Hasselmann.
Durante essa semana houve uma grande repercussão em cima da coluna de Carlos Brickmann (reproduzida abaixo) publicada no Observatório da Imprensa na última segunda-feira. No texto, Brickmann fala das minhas férias na BandnewsFM CTBA. Blogueiros e colunistas do Paraná e de São Paulo reproduziram a coluna. Twitteiros comentaram, assim como a turma do facebook. Ouvintes me questionaram com centenas de e-mails querendo saber mais.

Bem, não é para menos, afinal Carlos Brickmann é um jornalista que tem a profissão na alma, já passou por todos grandes veículos de comunicação do país. Ganhou muitos prêmios e é um dos colunistas mais importantes do Brasil. E mais, abomina a censura, o que me faz admirá-lo ainda mais. Bem, rasgação de seda a parte, vamos aos fatos.

Durante esses longos 30 dias de férias muito se falou em pressão política. Isso não é novidade. Ela existe sim, mas não é de hoje e tenho plena consciência que continuará existindo em cima de todo e qualquer jornalista que não se dobre aos interesses de um ou outro grupo político.

Meus colegas de profissão que têm feito um trabalho isento, sério, sabem disso, pois já viveram momentos semelhantes por resistir ao canto da sereia!, as tentativas de suborno. Brickmann cita uma dessas tentativas. Isso aconteceu há 4 meses depois de uma série de denúncias. Todas, aliás, disponíveis no meu blog para quem quiser relembrar.

Também é verdade que reviraram minha casa, há alguns meses, sem levar nada, apenas para deixar um recado. Registrei um B.O. Esses são só dois dos tantos relatos que tenho a respeito. Algumas ações foram ridículas, outras criminosas.

Economia

Como disse, sei da pressão, mas ela me impulsiona a continuar. Não desisto de continuar fazendo parte do grupo de jornalistas do Paraná que quer simplesmente fazer jornalismo ético, descente, com credibilidade.

De tudo que foi dito, comentado e especulado o fato mais recente é que nesta segunda-feira, dia 5 de dezembro, volto aos microfones da BandnewsFM CTBA e volto do jeitinho que sempre fui minha gente, fazendo jornalismo com opinião contundente. Tenho um único acordo e é com o grupo que me abriga no veículo rádio e que até então, mesmo com pressões internas e externas, me garantiu a liberdade que tanto prezo. Meu acordo é simples: notícia é notícia! E eu tô de volta minha gente!¦

Joice Hasselmann

Leia abaixo a coluna de Carlos Brickmann, publicada no Observatório da Imprensa

Cangaço na cidade

Joice Hasselmann é uma jornalista extremamente competente: faz boas entrevistas, comanda a Bandnews FM de Curitiba e a levou ao primeiro lugar, virou xodó dos paranaenses. Não de todos: alguns de seus entrevistados gostariam de vê-la fora do rádio. Joice acredita na máxima de que notícia é aquilo que as autoridades não gostam de ver publicado; o resto é publicidade.

Depois de uma entrevista com o líder tucano na Assembleia Legislativa, Joice passou a ser assediada com propostas de suborno. Não teve dúvidas: no ar, contou que estavam tentando comprá-la e avisou que, se houvesse outra tentativa, daria em seu programa os nomes dos subornadores e detalhes das tentativas.

O assédio se transformou em pressão: a Assembleia decidiu investigar as licenças ambientais de uma usina de Joel Malucelli, por coincidência o dono local da Bandnews. O empresário piscou: Joice foi colocada em férias não-planejadas! (um dos melhores eufemismos que este colunista já viu para censura), com promessa de voltar. Mas deixa de ser a comandante do jornalismo: passa a responder a um chefe, cujo cargo acaba de ser criado. Só isso? Não: ladrões esquisitíssimos entraram em sua casa, mexeram em tudo, não roubaram nada. Digamos que foi apenas um aviso.

Ainda vamos ouvir falar muito desta jornalista. Joice Hasselmann, não demora, estará se apresentando para todo o país, não apenas para uma capital. Os políticos que se cuidem: ágil, bem-humorada, com ótima memória, é melhor que não mintam para ela.

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