CPI da Pizza: Publicitários faltam a depoimento e não explicam contrato

por Chico Marés, via Gazeta do Povo

Os representantes da empresa Visão Publicidade, Adalberto Gelbecke Jr. e Luiz Eduardo Gluck Turkiewicz, não compareceram para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba. Os dois foram convocados pelos vereadores para prestar esclarecimentos sobre o contrato da empresa com a Casa. A agência prestou serviços à  Câmara entre 2002 e 2011.

Turkiewicz apresentou um atestado médico dizendo que faria uma cirurgia em um hospital de Curitiba no mesmo dia. Segundo o atestado, ele teria de ficar de resguardo por até 60 dias !“ ou seja, poderia ficar sem depor até o término da CPI. Uma comissão de vereadores foi ao hospital e constatou que ele realmente está internado. Os parlamentares devem conversar com o médico sobre a possibilidade de Turkiewicz depor antes do final desse prazo.

Já Gelbecke não foi encontrado para ser intimado e não apresentou justificativa para faltar ao depoimento. Segundo o regulamento da CPI, caso uma testemunha não compareça em duas ocasiões, ela pode ser intimada a depor pela Justiça.

Os integrantes da CPI devem convocá-los novamente e vão se reunir na próxima segunda-feira para definir a data do depoimento. Inicialmente, os vereadores queriam convocá-los para a próxima quarta-feira. Entretanto, nesse mesmo dia a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, proprietária da empresa Oficina da Notícia e mulher do presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), prestará esclarecimentos à  comissão.

Câmara em Ação

Economia

A empresa Visão Publicidade foi contratada duas vezes para prestar serviços de comunicação para a Câmara de Curitiba: na primeira, em 2002, a empresa administrou pelo menos R$ 20 milhões da Casa ao longo de quatro anos, de acordo com dados do Tribunal de Contas do Estado (TC) !“ os dados são parciais, já que os dados anteriores a 2003 não estão disponíveis. Na segunda, em 2006, a Visão recebeu mais R$ 26,8 milhões.

Entre os mais de R$ 46 mi!­!­!­lhões recebidos pela empresa, R$ 18,3 milhões foram gastos com a revista Câmara em Ação. Se!­!­gundo os dados do TC, a revista teve 68 edições e chegou a ter uma tiragem declarada de 247 mil exemplares. Entretanto, nem mesmo os vereadores recebiam a publicação em seus gabinetes. Além disso, não foi encontrado nenhum exemplar na Biblioteca Pública do Paraná e nem na biblioteca da Câmara. Existe a suspeita de que a tiragem teria sido superfaturada.

Uma representação pedindo investigações sobre a revista, feita pela vereadora Professora Josete (PT), tramita no Conselho de à‰tica da Câmara. Na segunda-feira, o vereador Dirceu Moreira (PSL), relator da representação, pediu o arquivamento do processo, alegando falta de provas de irregularidades. O conselho deve votar o relatório hoje.

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