Imóvel de Derosso sedia negócios da esposa bancados por dinheiro público

Sítio do Doutor Rosinha

Um imóvel de propriedade do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), é o mesmo utilizado por sua esposa, Cláudia Queiroz Guedes, e seu sogro, Nelson Gonçalves dos Santos, como sede de empresas que recebem dinheiro público tanto da Câmara Municipal quanto da Prefeitura de Curitiba.

O imóvel fica no 11!º andar do edifício comercial Atlanta Mall, na rua João Negrão, 731, Centro de Curitiba.

“Além de favorecer seus parentes com contratos e cargos públicos, Derosso disponibilizou ainda sua própria infraestrutura, no caso, um imóvel, para os negócios da esposa e do sogro com órgãos públicos, inclusive com a Câmara, presidida por ele”, avalia o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR). “Para o Derosso, parece não haver limite entre o público e o privado.”

à€ Justiça Eleitoral, Derosso declarou, nas eleições municipais de 2008, um número inexistente nessa mesma rua: Sala na rua João Negrão, 700, sl 1106!. Os bens declarados pelo tucano totalizam R$ 1,9 milhão.

A assessoria do deputado Dr. Rosinha esteve no local e constatou que o número 700, declarado oficialmente pelo político tucano, não existe na rua João Negrão. Até a esquina da avenida Visconde de Guarapuava, a última numeração é 680!. Após a esquina, o primeiro imóvel tem o número o !704!.

Economia

Em sua declaração de bens à  Justiça Eleitoral, Derosso declarou um imóvel inexistente!, observa Dr. Rosinha. Vale registrar que o único edifício com mais de onze andares naquele trecho fica a exatas duas quadras da sede da Câmara Municipal de Curitiba.!

Na recepção do prédio situado no número 731, o único grande edifício nas imediações, a informação obtida é que funcionariam ali, no 11!º andar, tanto a empresa Oficina da Notícia! quanto o jornal Curitiba in English!. Os bens que Derosso declara corretamente são uma loja e duas garagens no prédio.

A Oficina da Notícia! recebeu R$ 5,1 milhões da Câmara de Curitiba através de um contrato de publicidade, desde 2006. Durante a licitação, Cláudia Queiroz Guedes e sua mãe detinham cargos de confiança no Legislativo municipal. Já o Curitiba in English!, criado em 2007, é quase que exclusivamente financiado por propagandas da Prefeitura de Curitiba, desde a gestão Beto Richa (PSDB).

A assessoria jurídica de Dr. Rosinha está preparando um adendo ao pedido de providências protocolado por ele na Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, no último dia 18.

Insisto em defender que os promotores não limitem a investigação apenas ao último contrato, de R$ 30,1 milhões, firmado em 2006!, afirma Dr. Rosinha. à‰ preciso fazer uma ampla auditoria em todos esses contratos de publicidade da Câmara de Curitiba, durante toda a gestão Derosso.!

Há mais de dez anos esses gastos são denunciados por vereadores e ex-vereadores do PT, entre eles Adenival Gomes e Professora Josete. Nos anos de 1999 e 2000, por exemplo, a Câmara de Curitiba gastou R$ 7,9 milhões.

Derosso preside o Legislativo dese 1997, há oito mandatos consecutivos.

Reportagem do jornal Gazeta do Povo!, em sua edição desta quarta-feira (27), demonstra que os R$ 30,1 milhões gastos por Derosso em cinco anos seriam suficientes para pagar 1.840 inserções de 30 segundos, na região de Curitiba, nos intervalos do Jornal Nacional!, da TV Globo. E, dos 26 Legislativos municipais das capitais de estados, pelo menos 21 não têm contratos similares ao da capital paranaense.

Ninguém nunca viu uma propaganda de TV da Câmara de Curitiba ou uma propaganda institucional que pudesse justificar esses gastos!, avalia Dr. Rosinha. Esse esquema precisa ser investigado com a análise de cada suposta peça publicitária, para determinar se houve promoção pessoal ou publicação de matérias pagas disfarçadas de jornalismo.!

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