Sem perspectiva de poder, PMDB corre o risco de implodir!

por Ivan Santos, no Bem Paraná

Caito quer repatriar Fruet.
Alijado do poder após oito anos no governo, o PMDB do Paraná vive nova crise de identidade, e corre o risco de se tornar mera força política acessória nas eleições de 2012 e 2014. O alerta é do líder do partido na Assembleia Legislativa, deputado Caito Quintana, que critica a insistência da cúpula peemedebista curitibana em impor a pré-candidatura do ex-deputado Rafael Greca à  prefeitura, barrando o retorno do ex-deputado federal Gustavo Fruet à  legenda.

Segundo Quintana, sem uma perspectiva concreta de poder, que só poderá ser garantida com uma candidatura competitiva na Capital em 2012, o partido corre o risco de assistir um salve-se quem puder! em um futuro próximo.

Sem espaço no PSDB, Fruet busca outra legenda para concorrer à  prefeitura no ano que vem, contra o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), preferido do governador Beto Richa (PSDB). Líder das pesquisas de intenção de voto e dono de quase 650 mil votos para o Senado no ano passado somente na Capital, ele é visto como o único capaz de fazer frente à s máquinas do governo do Estado e da prefeitura na disputa do ano que vem, com reflexos também nas eleições estaduais de 2014.

Já Greca, que no ano passado teve meros 23 mil votos para deputado estadual em Curitiba, não conseguiu se eleger para a Assembleia e é visto como um político desgastado.

Na semana passada, Quintana integrou um grupo de parlamentares do PMDB paranaense que foi à  Brasília para jantar na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP), com a missão de preparar o terreno para a volta de Fruet ao partido.

Economia

O jantar teve a participação do ex-governador e senador Roberto Requião, que teria garantido não ter mais nenhum veto ao retorno do ex-deputado. Requião, porém, afirmou que qualquer acordo dependeria da anuência de Greca.

Greca, por sua vez, não admite abrir mão da vaga e conta com o apoio do atual presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, que lançou à  candidatura de Requião à  presidência do partido na Capital, em convenção marcada para o próximo dia 17.

Segundo Doático, a chapa teria Greca como vice, como forma de sacramentar sua pré-candidatura à  prefeitura. Além disso, ambos deram declarações criticando as articulações dos deputados em favor do retorno de Fruet, afirmando que elas estavam sendo comandadas por parlamentares que não têm base eleitoral em Curitiba.

As reações azedaram! ainda mais o clima no PMDB, em especial entre a bancada do partido na Assembleia e a direção municipal da sigla na Capital. Para os deputados, se não houver uma mudança de atitude no diretório curitibano, o PMDB corre o risco de repetir o vexame! que sofreu em 2008, quando o ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira Júnior, foi imposto como candidato a prefeito por Requião, e amargou menos de 20 mil votos.

Não se pode ver um diretório isolado dentro do partido. Se o PMDB não enxergar um amanhã fica complicado. Por isso defendo a vinda do Gustavo!, diz o líder da bancada peemedebista.

Quintana afirma que não se trata de desconsideração com a pré-candidatura de Greca, mas de realismo.

Se não tivermos uma candidatura competitiva em Curitiba, vai ser difícil segurar essa bancada. Se os deputados não são levados em consideração, estamos liberando cada um para buscar sua conveniência!, avalia, referindo-se à  atual posição dúbia da bancada, que oficialmente não aderiu ao governo Beto Richa, mas onde a maior parte dos parlamentares já vem votando com a situação.

Diáspora !” Na visão dos deputados, sem um candidato forte na Capital, o PMDB se tornaria mera massa de manobra do PSDB, sem perspectivas concretas de disputar o poder na eleição estadual de 2014.

Se continuarem desconsiderando o PMDB paranaense, os doze deputados do partido, não garanto que consiga segurar a bancada no segundo semestre. Há um descontentamento generalizado com as declarações do Greca e do Doático que mostram um total descaso com os deputados do partido!, avisa.

Quintana cita como exemplo das consequências dessa atitude a votação, na semana passada, da criação da Secretaria de Infraestrutura, que absorveu as secretarias de Obras e de Transportes, e é comandada por José Richa Filho, irmão do governador.

Em reunião pouco antes da sessão, dez dos doze deputados decidiram votar pela abstenção, argumentando não concordarem com a concentração de tanta responsabilidade em uma única secretaria. Apesar disso, apenas um deputado – Nereu Moura – cumpriu a decisão. Os demais se ausentaram ou votaram com o governo.

Nossa bancada perdeu a oportunidade de mostrar a importância do PMDB na Assembleia!, considera o líder do partido.

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