1º de maio vai mobilizar o país para greve geral em 14 de junho

Pela primeira vez na história do movimento sindical, as centrais sindicais se unem no Dia Internacional do Trabalhador para barrar a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

O Brasil vai parar se a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) passar. Este é o tom dos discursos da CUT e demais centrais sindicais – Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT, que se juntaram no 1º de maio unificado para barrar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 006/2019 que praticamente acaba com o direito à aposentadoria no Brasil.

É a primeira vez na história do movimento sindical que todas as centrais sindicais brasileiras se unem para realizar o ato do Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras. Durante o ato do 1º de maio, a CUT e demais centrais vão anunciar a greve geral no dia 14 de junho.

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Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (30), o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que o momento que o país vive é muito grave e, por isso, foi fundamental a unidade das centrais na luta para barrar o projeto do governo que pretende acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras, especialmente os mais pobres.

“Nunca vivemos uma situação como esta de ver um sistema de Previdência sendo desmontado, como quer o governo. É um retrocesso civilizatório que está acontecendo no Brasil”, critica o dirigente.

Economia

Se o Congresso Nacional aprovar o texto da reforma, diz o Secretário-Geral da CUT, além da obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, o valor das aposentadorias será drasticamente rebaixado.

“Para ter acesso ao valor do benefício integral, os trabalhadores terão de contribuir por, no mínimo, 40 anos, o que é praticamente impossível. O BPC será reduzido de um salário mínimo para apenas R$ 400. São muitas as maldades contidas nessa reforma”.

15 de maio: paralisação da educação

O secretário-geral da CUT destacou, ainda, que o dia 15 de maio, data da paralisação nacional convocada pelos professores e professoras, será um esquenta para a greve geral da classe trabalhadora no dia 14 de junho, que será divulgada nesta quarta-feira (1º), no palco do Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

1º de maio unificado em São Paulo

Segundo o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, a CUT e demais centrais estão preparando um grande ato, importante para dialogar com a classe trabalhadora sobre o perigo das políticas anunciadas pelo governo Bolsonaro.

O ato político acontecerá em três blocos, com o anúncio oficial da greve por volta das 13h.

Entre as atrações musicais, já confirmaram presença Ludmilla, Leci Brandão, Marília Cecília e Rodolfo, Roberta Miranda, Felipe Araújo, Guilherme e Santiago, Yasmin Santos, Toninho Geraes, Dj Evelyn Cristina e Mistura Popular.

Aposentômetro

O presidente da CUT São Paulo explica que, durante o ato, a população poderá usar a calculadora do Dieese, o chamado ‘Aposentômetro’, para simular quanto tempo precisará trabalhar com as regras atuais e com as medidas propostas por Bolsonaro.

“Teremos uma estrutura com computadores à disposição dos trabalhadores e trabalhadoras para isso”, diz.

Além disso, em todo o espaço do evento terão dirigentes e militantes recolhendo as assinaturas para o abaixo-assinado contra reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional na primeira semana de junho.

“Será um 1º de maio de luta, mas as famílias também poderão curtir as atrações culturais que estarão presentes. Será um dia de união pelo trabalho, pelo direito, pela vida, pela educação, pelas políticas públicas, distribuição de renda, por um salário mínimo decente e em defesa da aposentadoria”.

Demais centrais sindicais convocam para 1º de maio

Adilson Araujo – Presidente da CTB

“O que está por trás desta reforma de Bolsonaro é a privatização da Previdência. É entregar as aposentadorias para o capital especulativo e transformar num título de capitalização, onde a relação se dará entre trabalhador e instituição financeira, sem proteção de assistência social ao trabalhador. Se não foi boa para o Chile, um país que tem muito suicídio de idosos, não tem como aproveitar um modelo fracassado no Brasil”.

Edson Carneiro, o Índio – Secretário Geral da Intersindical

“A importância da unidade das centrais é que o momento é muito grave. O governo avança para retirar direitos e, se a eleição dividiu o povo, precisamos dele unido agora para defender o direito, as garantias constitucionais e a democracia. Nós sabemos que manifestações são insuficientes e precisamos parar o Brasil”.

Luiz Carlos Prates, o Mancha – Membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas

“É uma deforma que acaba com direito e não há como negociar uma coisa que já nasceu podre. É possível, sim, derrubar essa proposta se os trabalhadores forem para rua. A unidade é importante e é necessário todos juntos, com a única bandeira contra essa reforma da Previdência”.

Ubiraci Dantas, Bira, Presidente da CGTB

“Vai ser um fato histórico porque só com unidade que derrubaremos esta reforma. Bolsonaro está tirando dos pobres para dar aos ricos, é um Robin Woody ao contrário e, além de tudo, é um anticristo, porque Cristo distribuiu aos pobres e ele quer distribuir para os banqueiros”.

Miguel Torres – Presidente da Força Sindical

“A proposta de Bolsonaro entrou no Congresso agora para discussão dos pontos e a gente precisa mostrar a força com a organização da classe trabalhadora que não quer uma reforma que tira direitos dos trabalhadores e permanece com privilégios”.

As informações são da CUT-Brasil.