Para o governo do Paraná, a Educação não passa de um amontoado de frios números. São estatísticas para serem manipuladas pela burocracia estatal sem levar em conta a realidade social e econômica de cada município, de cada escola, de cada aluno, professor e servidor.
O governo do PSDB anunciou nesta sexta-feira (16) que retomará o modelo de metas na Educação que já foi vedete na Era Jaime Lerner (1995!“1999 e 1999!“2003). Os educadores sabem muito bem como foi esse período. Foram os piores anos para a área, quase uma década perdida, que começou ser recuperada somente nos governos Requião e Pessuti.
Segundo Flávio Arns (PSDB), vice-governador e secretário da Educação, as metas e objetivos serão incluídos no contrato de gestão da secretaria, a ser assinado em 2012 por ele e o governador Beto Richa (PSDB).
“Os contratos são documentos que fixam objetivos, formalizam metas de redução de gastos e estabelecem prioridades em cada área da gestão pública. Sua implantação faz parte da estratégia de modernização administrativa”, diz o governo através da Agência Estadual de Notícias.
Queremos o compromisso dos diretores e da comunidade escolar para alcançar as metas propostas. A educação dos nossos alunos deve ser prioridade de todos!, disse o vice-governador, durante uma reunião técnica realizada no Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Ou seja, a Educação no Paraná passará ser considerada mais uma área de gasto e não estratégica com potencial de receber mais recursos governamentais. A ideia do governo tucano é cortar, otimizar, reduzir gastos, quando se fala nacionalmente em ampliar os investimentos educacionais em até 10% do PIB.
Por trás deste “maravilhoso” sistema de metas e cortes de recursos na Educação está nada mais nada menos o secretário de Planejamento, Cássio Taniguchi, ideólogo de Lerner e Richa.
Caro leitor, não estranhe se surgir no decorrer do próximo ano uma dezena de empresas de consultorias para fazer o controle dessas metas pelos diretores e professores de cada escola — sem licitação, é claro.
Resumo da ópera: o governo do PSDB quer que os diretores sejam os carrascos da comunidade escolar, que o ajude a explicar cortes nos recursos humanos e financeiros e coloquem a cara para bater efetuando na ponta a maldade que não pretende fazer diretamente. à‰ esse o conhecido e manjado roteiro.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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